Temos muitas críticas com relação ao politicamente correto pelo fato de que isto conduz a sociedade a um tipo de discurso hegemônico tornado político para afastar abordagens diferentes.
Político + correto, significa não administrar a cidade corretamente, mas está tratando de discurso (logos) o que por tabela chaga a esta suposição (Qual a melhor maneira de administrar?); seria um discurso construído contornando todas as possibilidades de ser tachado de ofender alguma circunstância.
Diz-se que nossa sociedade atual tenta a todo custo ser politicamente correta, ou seja, que ela tenta conformar sem ofender todos os discursos com um discurso só.
O que ocorre é que o discurso de cada época é construído sobre suportes daquilo que ela acredita como verdade; acreditamos que o preconceito não deve existir, então falar com preconceitos é politicamente incorreto.
O político em si tem essa coisa de ser conciliador, o sujeito político para manter popularidade necessita encontrar discursos onde não possa ser pego por suposições dos rivais; era os que os gregos construíam como retórica, a arte do discurso.
Muitas vezes gostamos do sujeito que fala direto, embora seja difícil sobreviver falando o que pensa sem qualquer reflexão antes de por pra fora e quando pomos tratamos de corrigir; gostamos muito também de alguns discursos ásperos, agressivos, tornando o sujeito como algum herói.
No fim o discurso é político ou o político é discurso, se não estamos no poder se acusamos o discurso do outro de fraudulento já na perspectiva de virmos a construir um novo politicamente correto.
Quem quer ser ou se considera politicamente correto, portanto, aceita um discurso; o sujeito que fala em dado momento de forma politicamente incorreta será agraciado neste momento, cria algo novo, mas esses sujeitos surgem circunstancialmente.
O perigo do politicamente correto existe sim, e está contido no fato de não aceitar o rompimento, uma espécie de tirania; o melhor remédio para este caso é o humor bem produzido, com conteúdo.
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