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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Jornal satírico alvo do maior ataque terrorista em França

Homens armados com metralhadoras entraram nas instalações do Charlie Hebdo, em Paris, e abriram fogo sobre a redação, deixando doze mortos e quatro feridos em estado crítico. É o mais grave atentado terrorista em França desde 1835.
Imagem de dois dos atiradores disparando contra um carro da polícia antes de se porem em fuga. Foto Elise Barthet/Twitter

O ataque ocorreu esta quarta-feira de manhã e segundo testemunhos divulgados pela imprensa, dois homens encapuçados e armados de metralhadoras entraram no edifício do jornal e abriram fogo à sua passagem. As autoridades confirmaram 12 mortos e quatro feridos em estado crítico na sequência deste ataque. Os atiradores conseguiram fugir, disparando contra a polícia que protegia o local e matando dois agentes.
O presidente francês reagiu ao atentado elevando o alerta antiterrorista na zona de Paris e colocando outros jornais sob proteção policial. "A França está em estado de choque. Trata-se sem dúvida de um atentado terrorista"
Charlie Hebdo é conhecido pelo seu humor corrosivo que não poupa partidos, instituições ou religiões. Em 2006, na sequência da onda de indignação por causa das caricaturas de Maomé publicadas por um jornal dinamarquês, o Charlie Hebdo decidiu republicá-las em França, o que lhe valeu um processo em tribunal por injúrias, em que acabou absolvido.

Já em 2011, outra caricatura de Maomé voltou a fazer capa  do jornal, a propósito do regresso da charia na Líbia, sobrepondo ao cabeçalho do jornal o nome "Charia Hebdo".  Na mesma madrugada em que o jornal saía para as bancas, um cocktail molotov incendiou a sede do jornal, que se tornou um alvo dos grupos integristas islâmicos.
A capa da edição do Charlie Hebdo no dia do atentado faz referência ao polémico livro "Submissão", de Michel Houellebecq.
Esta semana, a capa do jornal satírico evoca o livro lançado esta quarta-feira e que está a provocar polêmica em França. "Submissão", um romance de Michel Houellebecq, conta a história da ascensão de um muçulmano à presidência de França, levando à instauração da poligamia e do uso do véu, com o próprio narrador do romance a a converter-se ao Islã para manter o seu emprego. O livro já lidera a lista de pré-encomendas na Amazon francesa e tem sido defendido e atacado com garra nos meios políticos e culturais, havendo quem o compare a "1984" de Orwell e quem o acuse de servir para abrir caminho à extrema-direita de Marine Le Pen.

Esquerda.net

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