Acabou a paciência, o governo contra a parede - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 16 de março de 2015

Acabou a paciência, o governo contra a parede

Luiz Rodrigues- editor

Não é que as manifestações do domingo fossem puramente da oposição partidária ao governo, aliás havia inúmeras manifestações em uma, mas o fato é que a oposição partidária e ideológica tem argumentos e fatos para colocar contra o governo contra a parede. O governo chega diante de um desafio político muito delicado, uma parcela considerável da sociedade não aceita o diálogo proposto pelo governo, tudo que parte daí é visto como algo inaceitável e, sem diálogo, sem um lado aceitar a figura do outro, não há condições de se governar.

Luiz RodriguesNo clima de ódio instigado por setores ideológicos com mídia e políticos havia na rua visões apressadas e fanáticas como pedir o fim do supremo, mas havia também a defesa do FIES ou até entrevistada da Globo falando em justiça social, mas o PT todo n retaguarda se junta tudo e faz o bolo.

Há um movimento fanático, há outro generalizado contra corrupção, mas não se pode generalizar, tem gente na rua, esse é o fato, mas não é só  ver as passeatas e o governo tentar apresentar medidas já que uma das partes não aceita o diálogo. E há um paradoxo, passeatas há muito que era uma arma do PT, era coisa de mundiça na rua, agora é a arma contra o PT, aqui o partido bebe do próprio veneno, e não pode nunca deixar de reconhecer a validade. 

Um movimento social é feito por pessoas que empregam em tudo que veem esquerda ou direita bem definida, acadêmica, os movimentos fatalmente são traídos por quem consegue aproveitar-lhes a força para te o poder, e não poderia cumprir tudo que é exigido. O próprio Constantino escrevera artigo na sua coluna no site da Veja já para dizer que a reforma política falada pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é tentativa de golpe comunista.

Não havendo uma canalização desses movimentos; o que é dificultado pelo ódio ao PT, o ódio impede a política regimental; para debates formais (leis, composição de ministérios), a presidente se verá sem condições de governar, já que enfrenta não só uma impopularidade mas também uma retórica que nega a aceitação do partido.

Movimentos contra a corrupção organizados pela internet começaram em 2011, apoiando a Lei da Ficha Limpa, contra a PEC 37, a favor dos serviços públicos e estourou em 2013 contra o sistema político como um todo, o Congresso Nacional fora o grande afetado; mas depois das eleições houve a divisão, tanto que precisou haver dois protestos.

Como mostrar numa hora dessas que eu não sou o problema todo se ninguém topa me ouvi, é essa a situação em que fora colocado o governo do PT e é ruim, porque pessoas sem credibilidade alguma podem se infiltrar no clamor contra a corrupção, quando ele se projeta no PT; não se pode esquecer o Congresso, tinha cartazes pedindo a saída de Renan Calheiros e de Eduardo Cunha, mas não rende, porque isso seria favorável ao PT.

Então, se criou uma grande confusão e um momento de se fazer conclusões apressadas colocando os problemas históricos de formação moral e ética ao lado dos erros do governo, de disputas ideológicas e a bagunça nos serviços públicos, de uma forma que quando tudo misturada acaba nada vezes nada.

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