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quarta-feira, 11 de março de 2015

Cair no truque do sem governo

Luiz Rodrigues - Editor

O slogan da campanha de Dilma era "Governo novo, ideias novas", mas não há nesses primeiro três meses possibilidade de fazer novidade já que o governo fica preso ao que já passou, inclusive para se defender.

Primeiro de tudo, o governo tem o executivo mas não tem o Congresso, o que é contraditório, embora a soma dos aliados seja suficiente para formar uma grande maioria. O problema é que aí está presente em cheio o lamaçal do cenário político brasileiro: se faz aliança medindo o curso benefício, o fisiologismo presente não forma governo e sim trocas, você governa (ou finge que governo) e eu finjo que lhe apoio.

Comparemos-nos com a Grécia: o sistema parlamentarista grego concede 50 cadeiras extras no Parlamento a quem conseguir a maior votação, independente de percentual, geralmente se precisa de aliança com  um ou dois partidos para formar uma maioria. O Brasil com tantas legendes, seria bom crer que nossa sociedade tão plural seja de fato representada por seus 30 e tantos partidos, particularmente, acredito que não é o que ocorre.

E para ser governo novo nunca o novo governo poderia fazer diferente do que prometera na campanha, que se acreditávamos que a morte de Eduardo Campos fortaleceria a campanha de Marina Silva, o que ocorrera em dado momento e fez o PT concentrar toda as armas publicitária naquela candidata, tornou a disputa de segundo turno disputadíssima e fez um fim e um início de governo conturbadíssimos.

Não se pode governar quando não se pode sair a qualquer lugar sem receber vaias, o país está um caos. O Democratas na sessão de hoje do Congresso estava a supostamente defender os trabalhadores contra um governo do partido dos trabalhadores.

Então o Partido ficou preso ao velho, não tem força para, por exemplo, tocar sobre a dívida pública. O Congresso, como dizem as lideranças indígenas, é uma cobra criada, em essência não representa nada, e pode se camuflar como uma salamandra.

O impeachment  cada dia se torna uma possibilidade mais considerável, sendo que nessa hipótese se Michel Temer não for responsabilizado, o que é muito difícil governaria colocando o PT na oposição do governo que elegeu; caso sim, teria que haver nova eleição, onde, certamente, disputaria Lula com Aécio. 

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