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sábado, 14 de março de 2015

Memórias: Albert Einstein

No dia 14 de março de 1879, nasceu Albert Einstein: pacifista e cientista mundialmente conhecido. Além das suas contribuições revolucionárias para o avanço da ciência, foi um cidadão do mundo com um empenho cívico exemplar. A sua vida merece ser recordada. 

Por António José André.

Na última etapa da sua vida, Einstein contribuiu para um novo e forte impulso do movimento pacifista e anti-imperialista, no plano internacional, com repercussões duradouras. Photograph by Oren Jack Turner, Princeton, N.J. Modified with Photoshop by PM_Poon and later by Dantadd.
Na última etapa da sua vida, Einstein contribuiu para um novo e forte impulso do movimento pacifista e anti-imperialista, no plano internacional, com repercussões duradouras. Photograph by Oren Jack Turner, Princeton, N.J. Modified with Photoshop by PM_Poon and later by Dantadd.

Einstein nasceu, no dia 14 de março de 1879, em Ulm (Alemanha), numa família alemã, burguesa e liberal, de ascendência judia. Frequentou a escola, em Munique. Em 1895, mudou-se sozinho para a Suíça. Em 1896, ingressou no Instituto Politécnico de Zurique (Suíça), onde se licenciou, em 1900.

Em 1901, renunciou à cidadania alemã, a fim de evitar o serviço militar, naturalizando-se suíço. Em 1902, começou a trabalhar no Departamento Nacional de Patentes, em Berna. Naquela época, dedicava-se ao estudo da física teórica, obtendo o doutoramento, em 1905, ao publicar 3 teses que antecipavam as suas descobertas mais importantes.

Einstein foi docente em Berna (1909), na Universidade de Zurique (1910), na universidade de Praga (1911) e no Instituto Politécnico de Zurique. Em 1914, foi nomeado professor da Universidade de Berlim e da Academia das Ciências Prussiana. Instalou-se, em Berlim, e readquiriu a nacionalidade alemã.

Três meses depois, deflagrou a Primeira Guerra Mundial. Einstein opôs-se desde o início à guerra e negou assinar um manifesto de 93 catedráticos a favor do conflito. Poucos dias depois, redigiu um anti-manifesto com o médico Georg Nikolai (também pacifista), mas só conseguiram 4 subscritores.

O pacifismo de Eisntein e a sua origem judaica tornaram-no impopular entre os nacionalistas alemães, hostilidade agravada pelos seus êxitos científicos e pelo seu reconhecimento internacional, sobretudo após a confirmação observacional da Teoria da Relatividade geral, em 1919.

O ativismo político de Einstein cresceu após o fim da Primeira Guerra Mundial, advogando o pacifismo, a não-violência e a cooperação internacional. Nesse sentido utilizou todas as plataformas, os fóruns e redes de contatos científicos, colaborando com a Liga das Nações.

A década de 20 foi de intensa atividade cívica e científica, pontuada por numerosos convites e viagens ao estrangeiro. Em 1922, foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Física pela interpretação do efeito fotoelétrico. Mas, encontrando-se de viagem ao Japão, não participou da cerimônia da entrega do prêmio.

Em 1932, Einstein gravou um disco intitulado "Mein Glaubensbekenntnis" (A Minha Confissão de Fé). Em janeiro de 1933, Hitler chegou ao poder na Alemanha. Einstein, judeu e socialista, encontrava-se ameaçado. Foi avisado por amigos e aconselhado a emigrar. Passou 6 meses na Bélgica e partiu para os EUA, em outubro de 1933.

Em 1940, Eistein renunciou de novo à cidadania alemã, naturalizando-se como cidadão norte-americano e foi acompanhando a evolução dos acontecimentos na Alemanha e no mundo, assumindo funções na Universidade de Princeton (EUA).

Quando os EUA lançaram 2 bombas atômicas contra o Japão, no final da Segunda Guerra, Einstein ficou chocado. Na última etapa da sua vida, contribuiu para um novo e forte impulso do movimento pacifista e anti-imperialista, no plano internacional, com repercussões duradouras.

Em fevereiro de 1955, elaborou um Manifesto com Bertrand Russel - mais tarde subscrito por Max Born, Percy W. Bridgman, Leopold Infeld, Frederic Joliot-Curie, Herman J. Muller, Linus Pauling, Cecil F. Powell, Joseph Rotblat e Hideki Yukawa - que apelava à renúncia da força entre os dois blocos político-militares emergentes da Segunda Guerra Mundial.

Estes esforços contribuíram para o posterior surgimento de vários movimentos pacifistas e anti-nucleares, bem como muito para os sucessos diplomáticos que conduziram aos vários Tratados anti-nucleares.

Eisntein faleceu, no dia 18 de abril de 1955, em Princeton (EUA). No testamento, doou o seu espólio científico à Universidade Hebraica de Jerusalém. Além disso, insistiu para que nunca fosse erigido um monumento em sua memória. As suas cinzas foram dispersas em local desconhecido.

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