No livro A Democracia, Hans Kelsen, sugere que o texto bíblico não seria democrático e menciona a passagem onde Pilatos pergunta à multidão qual dois dois prisioneiros querem que seja solto: Jesus ou Barrabás; escolhido Barrabás o texto bíblico diz, "e Barrabás era um criminoso".
Não se trata essencialmente de democracia e sim de julgamento das massas. Antes de Cristo a morte de Sócrates, trazida por Platão também aborda essa questão. Numa passagem de Críton Sócrates responde ao amigo que não se deve se preocupar com o que diz a multidão e sim com o que se considera justo, dentro do conceito platônico de verdade:
Sócrates- Logo, meu excelente amigo, não é absolutamente com o que dirá de nós a multidão que nos devemos preocupar, mas com o que dirá a autoridade em matéria de justiça e injustiça, a única, a Verdade em si. Assim sendo, para começar, não apontas o bom caminho quando nos prescreves que nos inquietemos com o pensamento da multidão a respeito do justo, do belo, do bem e de seus contrários. A multidão, no entanto, dirá alguém, é bem capaz de nos matar.
Sócrates queria demonstrar que deve haver base de julgamento mais firme do que a opinião da multidão; Pilatos devia ter critérios, ter um código de leis prevendo como se deve punir cada crime; evidentemente, isso foi uma construção ao longo da história.
Na modernidade a chamada opinião pública tem seus debates envolvidos pelas pesquisas de opinião e pela mídia de massas. E o grande tem tem sido a manipulação; a Escola de Frankfurt trabalhou com o tema da Indústria Cultural, o sociólogo francês Pierre Bourdieu criticou as pesquisas de opinião.
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