Pesquisa foi feita em 60 países e dados mostram situação registrada no ano passado; relatório foi preparado pelo Conselho Norueguês de Refugiados, parceiro da ONU.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório preparado pelo Conselho Norueguês de Refugiados, NRC, parceiro da ONU, afirmou que os conflitos armados e a violência deixaram 38 milhões de deslocados internos em todo o mundo no ano passado.
Especialistas em assuntos humanitários disseram que o documento serve de alerta para governos e para a comunidade internacional.
Problemas Fundamentais
O chefe do NRC, Jan Egeland, disse que 30 mil pessoas tiveram de fugir de suas casas todos os dias em 2014, um nível nunca visto nos 10 anos em que o relatório vem sendo preparado.
Segundo Egeland, o documento "é um sinal de que o mundo tem problemas fundamentais na proteção dos vulneráveis de homens armados violentos".
Ele citou que o problema é particularmente ruim no Oriente Médio e na África.
O alto comissário assistente para proteção de refugiados, Volker Türk, disse que "cada vez mais pessoas são forçadas a fugir dentro de seu próprio país, em alguns casos, múltiplas vezes".
Türk deu como exemplo a região do Mediterrâneo, dizendo que "o desespero leva pessoas a assumirem o risco de viagens de barco perigosas".
Para ele, "a solução óbvia é um esforço geral para levar a paz aos países arrasados por guerras".
Iraque e Síria
O relatório mostra que o Iraque teve 2,2 milhões de deslocados internos no ano passado, todos forçados a fugir de suas casas pelos extremistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
Na Síria, foram mais 1,1 milhão de deslocados em 2014, totalizando 7,6 milhões desde o início do conflito no país há quatro anos.
O Sudão do Sul teve 1,3 milhão de deslocados internos e dois outros países africanos, Congo e Nigéria, adicionaram mais dois milhões a esse total.
Na Europa, a Ucrânia entrou na lista pela primeira vez. O país registrou 650 mil deslocados internos no ano passado sendo que o número atual já passou de 1,2 milhão.
Na América do Sul, o relatório cita que a razão para o deslocamento interno é a violência gerada por gangues criminosas. Mais de 500 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas em El Salvador, na Guatemala e em Honduras.
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