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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Jurista diz a CPI que Brasil poderia repatriar US$ 60 bi

O professor de direito financeiro da Universidade de São Paulo (USP) Heleno Torres afirmou na quinta-feira à CPI do HSBC que o Brasil poderia repatriar cerca de US$ 60 bilhões se mudasse a legislação relacionada à evasão de divisas. Para ele, o país deveria adotar a estratégia dos Estados Unidos, que cobram alíquota de 30% e extinguem a punibilidade fiscal para a evasão se o cidadão americano decide recolocar no país o dinheiro que havia sido ilegalmente enviado ao exterior. 

O jurista manifestou apoio ao PLS 126/2015, de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), vice- -presidente da CPI, que muda a legislação de combate à evasão de divisas. 

Segundo estimativas, brasileiros têm cerca de U$S 500 bilhões de dólares em contas no exterior, continuou o professor. Legislação semelhante à adotada pelos EUA poderia render cerca de U$ 60 bilhões ao governo brasileiro. — Três vezes o ajuste fiscal do Levy [ministro da Fazenda], e não precisaria cortar os direitos dos trabalhadores —afirmou Randolfe. 

Torres avalia que o Brasil não está atrasado no combate a crimes de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Muitos países, disse, só adotaram regulações mais rígidas a essas práticas após a crise financeira global de 2008. Ele lembra que o governo brasileiro assinou três tratados internacionais sobre trocas de informações bancárias que municiarão o Estado no combate à sonegação e outros delitos. Um deles, o Fatca, envolve a troca de dados bancários com autoridades norte-americanas e passará a valer já a partir de setembro. 

O país também assinou dois tratados multilaterais com o Fórum Global da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que possibilitará a reciprocidade no acesso à troca de informações bancárias com autoridades de 125 nações. O acordo, se aprovado pelo Congresso, valerá a partir de 2018. — Serão informações disponibilizadas on-line, inclusive sem necessidade de pedido formal — lembrou o professor. O outro participante da reunião, Wilson Rodrigues, responsável pela investigação de crimes financeiros na Polícia Federal, lembrou que também aguarda acesso à lista completa de brasileiros com contas no HSBC de Genebra para aprofundar as investigações. Ele garantiu que, havendo autorização judicial, poderá compartilhar as informações com a CPI do HSBC, que é presidida por Paulo Rocha (PT-PA) e tem como relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Jornal do Senado

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