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terça-feira, 28 de julho de 2015

Bruxelas e o melhor para a Grécia: uma saída ordenada da armadilha do euro

Por Marco Antonio Moreno

Euro Bater

As condições draconianas impostas à Grécia não significam qualquer alívio real e só atrasam o momento da verdade para a Europa. Longe de promover o crescimento e o emprego, a economia grega está pronta para disparar o desemprego a 30 por cento e afundar mais a sua economia, que já vive uma nova recessãoPlanos de privatização maciça dos ativos helenos não gerarão liquidez, mas desencadeará inflação de mais de 20 por cento e a economia vai se tornar insustentável. Nunca foi do interesse da troika dar vida à economia grega, mas espremer o máximo de seus recursos. Prova disso é que o "empréstimo-ponte" de € 7 bilhões concedido na segunda-feira 20 ao governo de Tsipras, que segunda-feira foi distribuído em pagamentos por 4.2 bilhões de euros ao Banco Central Europeu, e mais de € 2 bilhões ao Fundo Monetário Internacional. Só em juros a Grécia cancelou sozinha mais de 400 milhões de euros. 

A tentativa de negociar uma saída ordenada do euro para a Grécia proposta pelo ex-ministro Yanis Varoufakis foi abortada pelos interesses da troika. Schäuble sabe que os bancos alemães sofreriam um impacto imediato que  deixaria um enorme buraco orçamental na Alemanha. Conforme indicado por este editor do New York Timeso euro tornou-se uma armadilha que, longe de integrar a Europa está pulverizado-a. Ontem, o FMI voltou novamente para as expectativas de crescimento mais baixas para a área do euro e insta os governos a um esforço para "aumentar a procura" numa altura em quepede ao mesmo tempo "salários baixos" e continua com os planos de austeridade. Christine Lagarde alcançou descrédito total do FMI.


Em Bruxelas, no entanto, se tenta colocar panos frios para a crise e quer levantar a cláusula segundo a qual a adoção da moeda única é irreversível. A saída da Grécia da moeda única se faz a cada dia mais inevitável​​e é claro que esta ação pode ser seguida por outros países, como Itália, Espanha e Portugal, que perderam competitividade contra o núcleo europeu do Norte e da ausência de soberania monetária não podem desvalorizar sua moeda como medida de emergência. Como observado em 2011 o euro é o principal inimigo da Europa. A moeda única nasceu falha em suas próprias origens e todos os países não cumpriram as normas para fazer parte do clube. Uma saída ordenada da moeda única pode gerar traumas no início, mas uma maior prosperidade no futuro.
O grande negócio para os bancos
O que se busca agora é como parar o tsunami financeiro criado pela moeda única que foi apenas um grande negócio para a banca privada. Bancos como o Royal Bank of Scotland, Deutsche Bank, o Rabobank Group, o Standard Chartered e Barclays estravasam seus lucros para paraísos fiscais para sonegar impostos dos cofres públicos em seus países. O euro se fortaleceu assimetrias na zona do euro e repensar uma reforma da moeda única não é mais visto como o pior dos males.
A retirada da Alemanha da zona do euro é uma das alternativas sendo consideradas para uma solução sustentável para a crise europeia. Um regresso ao Deutsche Mark para a Alemanha começou a ser visto com bons olhos até mesmo dentro da Alemanha, uma vez que o problema da Europa  não é a Grécia, mas a Alemanha. Então está compreendendo o próprio Wolfgang Schäuble, que vê a estrutura euro concebida há 21 anos, em colapso debaixo de seus nariz porque muitos países que não poderiam ser parte dela, como a Grécia, entrou no clube. A Alemanha é o único país que tem se beneficiado da moeda única e, desde a eclosão da crise se multiplicaram os seus lucros através da construção de um grande muro na Europa.
A Comissão Europeia deve apresentar um plano para a saída ordenada dos países que foram afetados pela moeda única, como a Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Este "divórcio" deve ser mais puro do que o processo de adoção que fez os países para entrar no clube. Hoje ocupar esta questão na agenda de Bruxelas é uma novidade, já que até agora os países que adotaram a moeda permaneceram acorrentados para sempre ao sistema. Além disso, foi erroneamente pensado que a área do euro era a Europa e uma saída do euro significaria um afastamento da União Europeia. Grécia e outros países que saem da moeda única única deixarão de ser parte da zona euro, mas permanecem com a União Europeia.

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