A crise imigratória superou em muito a crise da União Europeia, o projeto europeu de ser referência para toda a humanidade se desmoraliza diante de uma Europa que procura murar-se contra o universalismo humanista, o sonho do racionalismo europeu de uma só humanidade afogado nos mares em torno do continente.
De certa forma tudo tem relação com o sonho de Primavera Árabe, talvez um desejo europeu de ver o Mundo Árabe seguir seus passos, talvez um desejo árabe de seguir a Europa se é que há alguma distinção entre os dois mundos, por circunstâncias inimagináveis da história esbarra-lhes aos pés. A Europa de todos os sonhos humanistas, da cultura grega e da democracia é ao mesmo tempo a Europa das grandes barbáries, da inquisição católica, das perseguições de Calvino, do Holocausto.
Um drama que leva os sonhos de Victor Hugo e dos iluministas para o mar longínquo das utopias. A Europa da social-democracia, do projeto da grande comunidade de Estados fica neste momento abismada diante dos resquícios de uma tragédia em outro mundo que lhes invade o seio.
Mais d oque a Europa a imigração por fuga de conflitos se torna tema do momento em todas as partes do Mundo, os muros se alargam, de forma real ou nos discursos; o medo do roubo do emprego, o medo do estrangeiro fazem do momento global uma tensão permanente.
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