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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

OIT: desemprego no Brasil deve ficar em 7,5% ao ano até 2019

Informação está na 9ª edição do relatório "Indicadores Chave do Mercado de Trabalho"; documento também fornece dados sobre jovens e aponta lacunas de gênero; publicação afirma aumento do nível educacional não está diminuindo o desemprego
Foto: Banco Mundial
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.


O desemprego no Brasil deve subir e se estabilizar em 7,5% ao ano até 2019. A informação está na 9ª edição do relatório "Indicadores-Chave do Mercado de Trabalho", Kilm, em sua sigla em inglês, da Organização Internacional do Trabalho, OIT.
O estudo mostra que o índice médio de desemprego entre 112 países aumentou de 6,4% em 2007 para 7,2% em 2014.
Brasil
Em entrevista à Rádio ONU, o diretor-adjunto da agência em Nova York, Vinícius Pinheiro, falou sobre os dados do mercado brasileiro.
"O relatório traz informações bastante detalhadas sobre o mercado de trabalho brasileiro e mostra que, até 2019, as taxas de desemprego devem subir e se estabilizar em torno de 7,5 ao ano. Então, a previsão é de aumento, em relação ao ano passado. Hoje, a taxa mensal já é de 8,3%, mas se nós tomamos a média anual, ela deve se estabilizar em torno de 7,5% até 2019".
A publicação também mostra que o nível educacional dos trabalhadores está aumentando em todo o mundo.
Educação
No entanto, o acesso à educação superior não estaria levando à queda do desemprego em nível global.
De acordo com a última edição do documento, 62 dos 64 países com dados disponíveis registraram um crescimento dos trabalhadores com educação superior nos últimos 15 anos.
Os maiores aumentos foram no Canadá, em Luxemburgo e na Rússia. Ao mesmo tempo, houve uma queda na participação no mercado de trabalho de pessoas com o nível até a educação primária.
Desenvolvimento Positivo
Para o chefe da unidade de Produção e Análise de Dados da OIT, Steve Kapsos, "isto é um desenvolvimento positivo", já que trabalhadores com maior nível educacional, tendem a se beneficiar de "maiores salários e melhores condições de trabalho".
O especialista afirmou ainda que este desenvolvimento também é "positivo nos níveis nacional e global, já que há uma forte correlação entre níveis educacionais da força de trabalho e níveis nacionais de produtividade no trabalho".
Incompatibilidade
No entanto, segundo a agência da ONU, isto não significa que trabalhadores com educação superior tenham, automaticamente, uma chance melhor de encontrar um trabalho.
Apesar de terem probabilidade menor de ficar desempregados na maioria dos países de renda alta, pessoas com ensino superior em países de rendas média e baixa têm mais chance de estar entre os desempregados, do que trabalhadores em escolaridade menor.
Segundo Rosina Gammarano, do Departamento de Estatística da OIT, "isto reflete um descompasso entre trabalhadores qualificados e o número de postos de trabalho disponíveis que correspondem a suas competências e expectativas".
A especialista afirmou que se não for abordada, a questão pode "limitar o crescimento econômico e o desenvolvimento".
Jovens
O relatório também fornece dados sobre jovens que não estão estudando, empregados nem em treinamento, Neets, na sigla em inglês.
Este é um dos indicadores propostos para monitorar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em seu objetivo 8 sobre trabalho decente, crescimento econômico e suas metas específicas sobre o assunto.
Segundo o documento da OIT, os países onde o número desses jovens cresceu nos últimos anos são economias de alta renda que foram fortemente afetadas pela crise financeira global como Chipre, Espanha, Grécia, Irlanda e Itália.
Gênero
Há também uma "lacuna de gênero persistente" na maioria dos países com dados disponíveis. No Egito, por exemplo, a porcentagem de jovens mulheres que não estão estudando, nem empregadas ou em treinamento chega a mais de 40%, em comparação a 17,3% dos homens jovens.
A relatório atual inclui quatro indicadores que examinam diretamente a ligação entre a educação e os mercados de trabalho.
Desenvolvimento Sustentável
Para o diretor do Departamento de Estatísticas da OIT, Rafael Diez de Medina, esta edição do documento é "particularmente relevante" no momento em que se está no processo de estabelecer um sistema estatístico para monitorar os recém-adotados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

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