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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Banco Mundial: 20% dos jovens latino-americanos não estudam nem trabalham

Relatório da Instituição financeira mostra que 20 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão na situação conhecida como nem-nem, quer dizer, não trabalham nem estudam; Brasil tem 6,9 milhões de pessoas nessa situação.
Número de homens que nao estudam nem trabalham aumentou desde 1992. Foto: Banco Mundial
Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Brasília para a Rádio ONU.
Na América Latina, 20 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos não estudam nem trabalham, 1 entre 5 jovens da região é considerado "nem-nem", em português, ou "nini", em espanhol.
O Brasil, por sua vez, tem um dos maiores números absolutos da região: 6,9 milhões. Os dados são do relatório Fora da Escola e Fora do Trabalho: Risco e Oportunidades para os "Nem-Nem" da América Latina, do Banco Mundial.
Famílias Pobres
Segundo o estudo, quase 60% dos latino-americanos que não estudam nem trabalham são provenientes de famílias pobres ou vulneráveis.
O documento mostra que ser um "nem-nem" pode significar menores salários e possibilidades de emprego durante toda a vida, além de impedir o crescimento econômico dos países.
Apesar dos dados preocupantes, o percentual de jovens "nem-nem"  da América Latina, 22,4%, é menor que o de regiões como o Oriente Médio, o sul da Ásia e a África subsaariana.
Os autores entrevistaram jovens para entender o que os faz desistir da escola e da procura por emprego. Entre as mulheres, que somam 66% desse público, os principais motivos são a gravidez e o casamento na adolescência.
Oportunidades
A boa notícia é que o número de "nem-nem"  do sexo feminino está caindo, graças a mais oportunidades de educação e de emprego.
Já o número de homens que não estudam nem trabalham aumentou em 1,8 milhão desde 1992.
Eles frequentemente abandonam a escola antes do tempo para começar a trabalhar. Mas, ao perder o emprego, descobrem não ter as habilidades necessárias para se recolocar no mercado. Ao mesmo tempo, é provável que nunca mais retornem à escola.
Também há quem reclame que as escolas estão desconectadas do cotidiano e dos sonhos dos jovens. É o caso de Walisson Lopes, 19 anos, morador da Cidade Estrutural, no Distrito Federal.
Filosofia
Ao terminar o ensino médio, ele ficou seis meses sem trabalhar nem estudar pois não sabia que caminho profissional gostaria de seguir. Hoje, está satisfeito: estuda filosofia na Universidade de Brasília e é educador em uma ONG.
"Sinto que esses seis meses me ajudaram a pensar no melhor caminho para a minha vida. Quando eu chegava à escola, odiava tudo, sentia que aquele lugar não tinha nada a ver comigo. Mas transformei esse sentimento em uma motivação."
O estudo aponta várias políticas para reduzir o número de "nem-nem", como as que propõem evitar o abandono escolar e proporcionar emprego para quem já saiu da escola.
Além disso, programas de desenvolvimento de habilidades como empreendedorismo podem ser úteis, bem como sistemas de alerta precoce para identificar os jovens em risco de evasão.
A América Latina terá, muito breve, uma proporção historicamente baixa de crianças e idosos com relação à população ativa.
Se a região não oferecer oportunidades a seus jovens, não conseguirá aproveitar as vantagens desse período demográfico. Por isso, o relatório alerta que os "nem-nem" necessitam de cada vez mais incentivos para permanecer na escola e de ajuda para encontrar trabalho.

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