Brasil pode se tornar nova base de produção de produtos chineses de alta tecnologia

Foto: Xinhua

O Brasil tem potencial para se tornar um novo campo de produção de itens chineses de alta tecnologia pelas oportunidades de investimento neste país sul-americano, bem como pelos esforços conjuntos dos dois países a cooperarem em parques industriais orientados à inovação e à tecnologia.

Em junho de 2015, funcionários chinesas e brasileiras assinaram um acordo para promover ainda mais a cooperação em produção industrial tecnológica e isso pode levar à criação de conglomerados industriais binacionais.

A China tem uma capacidade de produção em excesso que poderia ser realocada para outros países, disse a Xinhua Stephan Mothe da consultoria Euromonitor International.

Este tipo de investimento na produção pode ajudar Pequim a fortalecer laços com os países da América do Sul, como tem feito com o Brasil, porque os governos regionais "consideram favorável" qualquer investimento que possa criar empregos, acrescentou Mothe.

"Nem a China nem a América Latina estão interessados ​​em manter relacionamento econômico e comercial baseado puramente na venda de matérias-primas, especialmente por causa da crise enfrentada pelos exportadores de commodities", acrescentou Mothe.

Esta aspiração compartilhada para enriquecer as relações dá maior importância ao acordo entre a China e o Brasil para promover conjuntamente parques tecnológicos, um acordo assinado quando o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, visitou o Brasil em junho.

Parques tecnológicos são projetados para atrair empresas de alta tecnologia e instituições de ensino superior, centros de pesquisa e incubadoras de empresas.

"Brasil e China, ambos  países em desenvolvimento, têm a necessidade de acelerar o investimento em inovação", disse Wan, acrescentando que "unindo forças, os dois países podem promover um futuro melhor", disse ele.

Na China, os parques tecnológicos têm proliferado a tal ponto que representam cerca de 15 por cento do produto interno bruto. Além disso, há uma clara falta de infra-estrutura orientada para a indústria e a tecnologia.

Em Sao Jose dos Campos, um destacado parque tecnológico brasileiro visitado pelo ministro chinês, até agora só tinha um contato inicial com os potenciais investidores chineses, mas "o lugar satisfaz as condições para atrair empresas nos setores de energia, automotivo e aeroespacial, entre outros", disse a Xinhua nesta sexta-feira um porta-voz do parque.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil tem três instalações no parque onde vários projetos são realizados, incluindo os satélites que o Brasil e a China têm desenvolvido em conjunto desde os anos oitenta.

As energias renováveis, como a biomassa e o etanol, representam outro segmento de tecnologia-chave no parque que pode atrair investimento chinês, especialmente tendo em conta que o Brasil tem uma vasta experiência no campo.

Fontes do governo federal disseram que o Rio Grande Sul oferece oportunidades de investimento na construção naval e indústrias oceânicas, eletrônica, automotiva e de saúde.

Fonte
Xinhua