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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Técnica ligada à energia nuclear pode ajudar a combater o zika

Agência da ONU vai usar processo do "inseto estéril" para evitar reprodução; vice diretor do departamento de Ciências da Aiea afirmou que os cientistas podem criar milhões desses insetos, em laboratório, por semana.
Vice-diretor do departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da Aiea, Aldo Malavasi. Foto: AIEA
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, pode ajudar a comunidade internacional no combate ao vírus zika atingindo o mosquito transmissor, o Aedes aegypt.
Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, o vice-diretor do departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da Aiea, Aldo Malavasi, explicou como funciona a técnica chamada "inseto estéril".
Laboratório
"Nós criamos em laboratório milhões de insetos, nós só pegamos os machos. Nós esterelizamos ou com raios X ou com raios Gama. Quando você estereliza e você trata os insetos numa fase intermediária, que não é nem a larva nem o adulto. Quando nós tratamos a pulpa, a radiação arrebenda o material genético. Então o espermatozoide é perfeito, do ponto de vista fisiológico, mas ele tem um dano cromossômico, com isso, ele é inviável."
Depois do processo de esterelização ter sido completado, Malavasi explicou que os cientistas liberam uma quantidade muito grande desses insetos na natureza, um número muito maior do que os insetos chamados "selvagens" que já estão no meio ambiente.
Probabilidade
O diretor disse que usando mera probabilidade, os mosquitos fêmeas vão acabar acasalando com os insetos criados pela Aiea, já que eles são em maior número.
Segundo ele, o que acontece é um tipo de "controle de natalidade" que a agência da ONU faz. Malavasi explicou ainda sobre o processo de criação desses insetos estéreis.
"Isso é muito fácil, quer dizer, é isso que nós desenvolvemos nos laboratórios da Aiea aqui perto de Viena. (Nós temos) tecnologias que (em uma área) de 1m² nós conseguimos produzir quase 1 milhão de insetos machos por semana. Então, nós temos a tecnologia para produzir."
Malavasi disse que essa técnica também pode ser usada contra outros insetos, como a mosca Tsé-Tsé, que causa a doença do sono nas pessoas e mata os animais.
A doença é muito comum em várias regiões da África e a Aiea está com dois projetos, um no Senegal e outro na Etiópia.
No Sudão, a agência trabalha para combater a malária também usando os insetos estéreis.

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