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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Conspiração e sabotagem

A discussão em torno de haver ou não crime de responsabilidade que venha a justificar o impedimento da presidente da República jamais conseguirá sair do plano político; mesmo a opinião de juristas renomados sempre são políticas, primeiro vem a opção política do jurista depois a justificava para se há ou não crime de responsabilidade.

Não há outra natureza, o procedimento atual sequer pode fingir ser jurídico, como é aderente a um processo dessa natureza a não ser que haja um dano estritamente particular sobre a personalidade do presidente relacionado ao cargo; mas nesse nosso caso se trata de questões de governo e não há como trazer para o campo jurídico, mesmo que por simulação.

O que categoriza o atual processo de impedimento é a popularidade do Partido dos Trabalhadores; foi ela que deu sustentação ao primeiro mandato de Lula e foi o quê trouxe para o governo partidos, que odeiam o PT desde sempre, como PMDB, PP, PSD (parte do DEM), etc. Tanto a ida desses partidos se dera em consequência dessa popularidade dos governos petistas, quanto a aceitação pelo próprio PT de compor com esses partidos, sabendo-se das facilidades que lhes seriam trazidas para lidar com o parlamento; sabendo da não afinidade mas confiando na popularidade como remédio para tudo.


Conspiração:

Saiu das entranhas do fingimento de aliado do PMDB; um psicopata chega a presidência da Câmara dos Deputados e aproveitando-se da derrocada da popularidade petista e do acirramento político na sociedade após as eleições de 2014 agravado o quadro pela crise econômica e tendo Eduardo Cunha na Câmara o apoio necessário para usar a casa congressista como instrumento de sabotagem do governo, sem necessidade de escrúpulos ou qualquer tentativa de demonstrar interesses públicos de resgate da situação econômica, pelo contrário aproveitou-a para atingir o momento exato de abrir o procedimento do impeachment.

O PMDB, fica claro, não queria ser parte no governo por uma afinidade, mas pelas circunstâncias, sua necessidade ter ter acesso direto ao poder central, junto ao PT; demonstra que quer o governo para si sem as interferência no Ministério do Trabalho ou na área econômica.

Cunha é o aliado perfeito de Michel Temer, vice-versa. e Temer é o vice que nenhum candidato a presidente deve por na sua chapa; um conspirador nato, dissimulado, deixa queimar o presidente da Câmara sem escrúpulos e sabendo da falta de escrúpulos deste, age em bastidores, aprontando os aliados de PMDB para aprontarem o momento.

Talvez a intenção inicial fosse só e de poder; mas a crise econômica e a crise na popularidade do PT e a ascensão de Eduardo Cunha criaram o acesso perfeito para o acesso ao pote de ouro almejado por Temer, um político que enfrentou dificuldades de estar entre os 70 deputados federais paulistas e que não teve sucesso ministerial de um Fernando Henrique Cardoso, que também estava em fim de "carreira" antes de assumir a Fazenda no governo Itamar Franco.

A conspiração é mais comum à política do que se possa acreditar; ela é psicológica.

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