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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Nós, os inversores

O Brasil é uma República tão bem "institucionalizada" politicamente que estamos a proceder com uma destituição parlamentar em um regime presidencialista norte-americano de governo. A falta de base e de popularidade, a segunda prevalecendo no tipo de governo do partido dos tralhadores, quilo que derreteu a manutenção de uma base falsa e meramente oportunista para o lado do PT e dos partidos que a compunham; conduzem o processo de impeachment utilizado no modelo presidencialista estadounidense; justamente por ter esse sistema um caráter monárquico: um detém o executivo, só que pela eleição direta e com mandato delimitado; uma espécie de segunda representação (a primeira sendo o congresso) individualizada, a nação se transfigura em um chefe de governo eleito.

Como a nossa República foi inventada e não pactuada não se tornara parte do espírito político da nação; as leis e as regras podem ser desviadas tão fácil como recursos públicos em obras contratadas pela administração pública. A nossa relação entre discurso e prática política é posta por meio de inversões do termos; sorrateiramente se prega um discurso e se pratica o contrário, mesmo fazendo parecer que se faz aquilo que fora pregado. As instituições republicanas sempre foram utilizadas como instrumentos subornáveis, mero formatos inúteis; as regras servem apenas no momento de acusar, nunca no de executar.

Todos os agentes envolvidos na atual crise são culpados, não há inocentes; presidencialismo de coalizão é uma farsa, os partidos pouco republicanos e nada democráticos internamente (nos municípios onde evem existir funcionam por meio de comissões provisórias a mando dos "donos" do partido), cometemos, enfim, a loucura de fazer a república sem republicanos e, pior ainda, fazendo uso de todo antirrepublicanismo par viciar as instituições e não tentar torná-las saudáveis; os vícios criam sempre novos viciados.

Qualquer lado para que tentemos nos mover na atual crise encontraremos a parede; o impeachment somente pode ser classificado, como já dito, a uma destituição parlamentar pelo parlamento no presidencialismo; o governo, eivado de todos os vícios, paga o pato de estar no poder, contra a parede pela opinião pública e sem capacidade de ação, foi assim desde antes de assumir o segundo mandato.

Para o futuro restará a incerteza sobre a relação do executivo com o Congresso; a multipartidarização impede a formação de governos apenas por partidos aliados programaticamente; as coalizões causam vícios gravosos à República w forma governos meramente fisiológicos; caminha o Brasil para a ingovernabilidade?

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