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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Anões da política

por * Júlio Miragaya

Segundo pesquisa Ibope de 25 de setembro, passados quase 5 meses do governo Temer, 74% da população, que já não morria de amores pelo governo Dilma, acha que o atual está pior (33%) ou igual (41%) ao dela. A avaliação tende a piorar após a Câmara dos Deputados ter aprovado em 1º turno a PEC nº 241/16, que congela os gastos sociais da União até 2037 visando garantir e ampliar os recursos direcionados ao mercado financeiro. Mas certamente a proposta encontrará forte resistência da sociedade brasileira, que também reagirá às reformas previdenciária e trabalhista que estão no forno do Planalto.


Como pimenta nos olhos dos outros é refresco, os membros do núcleo central do governo - Temer, Padilha e Geddel - se aposentaram respectivamente aos 55, 53 e 51 anos (recebendo aposentadorias mensais de R$ 19 mil a R$ 31 mil, além dos atuais salários), mas defendem para os outros a idade mínima de 65 anos, inclusive para mulheres e trabalhadores rurais, quando se sabe que a expectativa média de vida do camponês nas regiões Norte e Nordeste é de 63 anos.


Em entrevista a um jornal especializado em economia, o ministro Geddel fez seu contumaz terrorismo político, afirmando que o Brasil quebraria se a PEC 241 não fosse aprovada. Peça publicitária do governo que Geddel integra afirma que Temer assumiu o País com diversas obras públicas inacabadas, citando, entre elas, a de transposição do rio São Francisco e a da ferrovia Transnordestina. Escondeu, entretanto, que Geddel, enquanto ministro da Integração Nacional, durante todo o segundo governo Lula (2007 a 2010), era o responsável por esses projetos. E pior, diz que apenas 53 km da rodovia BR-163 haviam sido pavimentados até 2012, quando o próprio site do Ministério dos Transportes diz que durante as gestões de Lula e Dilma foram concluídos 840 km dos 1.024 km da rodovia entre Guarantã (MT) e Santarém (PA). Como dizia o “analista de Bagé”, quem nasceu para anão do orçamento jamais será um gigante da política.

* Presidente do Conselho Federal de Economia

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