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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Em relatório, FAO diz que áreas rurais têm grande potencial de crescimento

Estado Mundial da Agricultura e Alimentação 2017 revela que população rural dos países em desenvolvimento dobrou de 1960 a 2015 chegando a 3,1 bilhões e destaca papel de jovens.
Relatório: O Estado Mundial da Agricultura e Alimentação 2017. Foto: FAO
Denise Costa da ONU News, em Nova Iorque.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, declarou que milhões de jovens dos países em desenvolvimento, preparados para fazerem parte do mercado de trabalho, nas próximas décadas, não deveriam ter que deixar as áreas rurais para fugir da pobreza.
Economia
A agência divulgou esta segunda-feira, em Roma, o relatório: O Estado Mundial da Agricultura e Alimentação 2017. O documento afirma que, na realidade, as áreas rurais possuem um grande potencial de crescimento económico, vinculado à produção alimentar e aos setores relacionados.
Falando à ONU News, a representante da FAO em Nova Iorque, Carla Mucavi, disse que o combate à fome passa pela transformação das zonas rurais.
"Temos que transformar as zonas rurais e isto significa, portanto, investir na cadeia de valores de forma a incrementar a produção, a incrementar a produtividade, a criar sistemas de agroindústrias, a industrializar, a ligar as zonas urbanas, portanto são todos estes elementos que estão a ser discutidos no relatório."
Crescimento
Segundo o estudo, as mudanças nas economias rurais ajudam centenas de milhões de pessoas a sair por conta própria da pobreza desde a década de 1990. Entretanto, os avanços têm sido desiguais e o crescimento demográfico está a aumentar os desafios.
Entre 2015 e 2030, prevê-se que o número de pessoas entre os 15 e os 24 anos aumente em 100 milhões, até chegar aos 1,3 bilhão. Quase todo o crescimento ocorrerá na África Subsaariana, principalmente nas áreas rurais.
Tendo em conta que a maioria das pessoas pobres e que passam fome vivem nestas áreas, cumprir com a Agenda 2030 para o desenvolvimento dependerá de aproveitar este potencial que geralmente é negligenciado, de acordo com o documento.
Medidas
Dentre os países lusófonos, Moçambique é citado várias vezes com mais de 40% da sua população a viver em áreas rurais.
Projetos desenvolvidos pela FAO, como por exemplo, a iniciativa: Corredor do Crescimento Agrícola da Beira, em Moçambique, visa promover o investimento na agricultura comercial e em empresas de agronegócios.
O Brasil também aparece no estudo, que indica que a produtividade agrícola no país mais que dobrou em uma década passando a 2,2% após estar em negativo na década de 70.  A FAO afirma que o crescimento deve-se a medidas económicas ocorridas no Brasil assim como Argentina e Chile.
Jovens
A representante da FAO, Carla Mucavi, destacou a importância da criação de empregos para jovens e falou da situação de alguns países de língua portuguesa no continente.
"Temos que olhar para este potencial, e quando nós olhamos, ainda falando de países como Moçambique, Angola, diria a maior parte da África Subsaariana, nós temos cerca de 10 milhões de jovens que todos os anos entram para o mercado do trabalho. A agricultura é uma das áreas que pode absorver estes jovens. Portanto, através da criação de uma cadeia de valores onde nós trazemos vários serviços, a agroindústria a própria industrialização, a ligação às zonas urbanas. É uma oportunidade se tivermos políticas apropriadas, e sobretudo investimentos, porque é importante canalizar recursos."
A FAO destaca que as economias rurais podem ser promovidas com o aproveitamento da demanda crescente de alimentos nas áreas urbanas. A medida deve diversificar os sistemas alimentares e gerar novas oportunidades económicas nas atividades não-agrícolas.
Empregos
Atualmente, a crescente demanda dos mercados urbanos representa até 70% dos abastecimentos nacionais de alimentos, incluindo países com uma grande população rural.
Em 2030, a população urbana das regiões menos desenvolvidas do mundo vai chegar a 4 bilhões de pessoas. Cerca de 80% desses habitantes urbanos viverão na África, na Ásia e na América Latina.
O relatório sublinha que as economias rurais transformadas não serão necessariamente uma solução que resolva todas as pressões que levam as pessoas a mudarem-se, mas que podem criar empregos muito necessários e contribuir para tornar a migração mais de uma escolha do que uma necessidade.

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