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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O óbvio relinchante: o funk e a amásia jumenta do Nordeste

Tanto se propagou em matéria de discurso sobre como os pais devem criar e educar aos filhos, coisa que sempre souberam fazer, lei da palmada e coisa e tal, que desaprenderam de vez, agora os senhores genitores incentivam a liberdade, liberdade virou palavra vulgar, natural das crianças pondo-as para “dançarem" funk desde dois ou três anos de idade, afinal, trata-se apenas de inocência... O problema é que o funk nem é música e, muito menos dança, de forma que a única coisa que o funk faz com as pessoas é as ensinarem a, como diz no Ceará, torcerem os quartos e começarem a fazer aberrações com aquilo que uma vez vi um sujeito numa escola chamar de ganha pão. Lembrei que Gilberto Freyre comparava a precoce sexualidade do menino de engenho na zona da mata com a sequidão dos cabras do sertão, tendo contato com mulheres pro volta dos 25; o velho Mestre do Apipucos não esqueceu para com estes da variedade de animais, dentre esta fauna bacanalística o destaque total e absoluto fica com a jumenta, seguida de perto por éguas e burras. Jumenta amásia de cabra nordestino torce “os quartos” quando qualquer ser bípede passa perto do curral. É o mesmo instinto que segue as criaturas treinadas no funk, ou fanque pros patriotas; tem uma funkeira que diz de cara: – “vou logo avisando que não tenho namorado, dim, dim, dim, pode dar em cima de mim”, roxinha não falava mas gesticulava.
Esses funks casaram no Brasil com a mistura terceiro-mundista desgraçadionista de marxismo de pelúcia com rousseaunismo chinelo de couro, pelo menos não pega espinho nos pés, e rendeu aquela coisinha de que evoluir e voltar a ser bicho. Evoluir é transar todo mundo o tempo todo com quem tiver pela frente, nem os animais fazem isso; a AIDS até que é civilizatória. Por falar em AIDS, o psicólogo norte-americano canadense, Steven Pinker, demonstra no seu grande e bom de ser ler livro otimista Os Anjos Bons da Natureza Humana, que a violência explode nos EUA entre a ascensão da doidice woodstockiana e o surgimento da Aids, quando arrefece a sandice animalesca e as estatísticas retornam aos níveis anteriores.
Gosto muito da forma que Graciliano Ramos analisava o Cangaço no Nordeste até próximo da década de 1940; para ele se tratava d equação simples, o Brasil precisa de gente pragmática, vivemos de devaneios, votamos a procura de anjos quando devíamos votar em gente egoísta e inteligente, burro não serve, o egoísmo rende na política, os egoístas precisam mostrar serviços, os bonzinhos agradar a todos e aí junta mundiça; a equação de Graciliano, tinah gente demais no Nordeste pra economia de menos, vinha a desgraça da seca e os bandos de cangaceiros aumentavam; quando arrancaram a cabeça de Lampião anotou o velho Graça, mataram o Virgulino, Lampião continua, aí vemos Lampião feito a mulesta no país inteiro, roubando, matando, traficando, o diabo a quatro.
Agora, a índia tem cerca de 400 milhões de miseráveis, nem de longe as estatísticas de violência da índia se comparam com a do Brasil; como dizia Nelson Rodrigues, a fome da índia tem seis mil anos, já ta conformada. Mas, como dizia o próprio Nelson não se rouba pra comer, quem tem fome pede esmola, ladrão rouba dinheiro, joias, eletrônicos e coisas de luxo. Quando a fome era muito maior que hoje no Brasil tínhamos muito menos ladrões; essa bandidagem de 1980 pra frente é uma mistura de economia muito fraca, durante a transição urbana o Brasil crescia a galope, se favelizava a jato, quando se urbanizou passou a crescer feito liga morta, estica pouquinho e volta o dobro, com canalhice, ser sem vergonha virou moda entre nós; os desgraçados perderam o arrependimento de serem bandidos e aí virou a mulesta.
O desperdício de vigor da juventude para tornar-se um adulto complexo em troca de seguir-se as modinhas da adolescência perpétua faz com que haja uma perda produtiva gigantesca para o Brasil, somos um país de 200 milhões em que o PIB mal dá pra 40 milhões; o geral da população vive com uma renda cuja existência real restringe-se a um ou dois dias. Pouquíssimos fazem o Brasil. Diante do entrevistador de emprego que pergunte: - tem experiência com atendimento ao público?, e a resposta: - não, mas sei fazer o quadradinho.

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