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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Golpe de 64 pra idiotas

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O idiota mor da República há algum tempo afirma que não houve golpe em 1964 no Brasil por ter sido cassado o mandato de João Goulart. Isso se deve ao fato de a legislação da época ser similar à atual, na Carta de 1946 o mandato presidencial durava 5 anos, em vagando o cargo presidencial depois de decorrida a metade do período a eleição seria indireta, feita pelo Congresso. 

Jango era o vice que havia assumido em decorrência da renúncia de Jânio Quadros em 1961, quando ele fugiu de Brasília e da presidência na madrugada de 31 de março para 1º de abril o cargo máximo da nação fora declarado vago pelo presidente do Congresso Nacional, o senador Auro de Moura Andrade, tendo sido dada a posse do presidente da Câmara dos deputados, Raniere Mazzilli.



Provisoriamente na presidência Mazzilli convocou a eleição indireta em que concorreram três militares, o General Castelo Branco, o General e ex-presidente Eurico Gaspar Dutra e Juarez Távora, que havia participado da Coluna Prestes. Eleito, Castelo promete deixar o poder a 31 de janeiro de 1966, a data da Constituição de 1946, ou seja, tudo fora feito para afastar Jango, mas manter intacta o regime então em vigor. 



Seriam realizadas eleições em 1965 onde despontava como favorito para retornar ao cargo o ex-presidente Juscelino Kubitschek , que já possuía até slogam de campanha: JK 65, outro nome seria o de Carlos Lacerda, então governador do estado da Guanabara.

Carlos Lacerda e JK apoiaram o movimento que se operacionalizara a partir da Operação Popeye, liderada pelo General Mourão, outro, não o atual vice presidente, evidentemente.

O núcleo político civil apoiador da expulsão de Jango seria traída por Castelo que não entregou o cargo na data constitucional atrapalhando os planos dos pretendente ao Planalto, um espécie de "Golpe dentro do golpe", em referência ao golpe dado por Getúlio em 1937 que instituíra o Estado Novo.

Isso propiciou em 1968 um fato inacreditável para a política da época, isso foi a União de Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart pela volta das eleições, a chamada Frente Ampla. Lacerda que tentara impedir a posse de JK em 56 e que fora decisivo na derrubada de Jango se unia aos inimigos ao ser traído pelos militares.



A Ditadura decorrente do Golpe de 64 tentou o tempo todo manter um simulacro de legalidade, por isso que o líder militar da "revolução" só assumiu depois de feita a eleição indireta. Auro de Moura declarou a presidência vaga por ser aliado do movimento. Foi uma tomada sem resistência e não foi um regime totalitário, um regime cínico, as arbitrariedades procuravam ser encobertas, um regime também de roubos, inclusive nas frentes de trabalho no nordeste, favorecimentos de políticos e empresários.


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