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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Do lado de lá

O Brasil imerso na violência homicida que torna o país o 7º classificado no ranking dos mais homicidas do planeta não sabe se comportar diante desse fato, somos ouvintes, telespactadores ou leitores incansáveis de notícias policiais formadoras de discursos notadamente fascistas, intolerantes e violentos. Um país que abandona muitos com uma pasta de drogas e que somente gosta de se impressionar com punição.

Não concluamos, pois, que nossa violência centrada na delinquência é fruto de qualquer falta de rigor punitivo, é fruto de uma sociedade desequilibrada, o Brasil com uma população mais de 5 vezes menor do que a china tem mais que 50 mil homicídios por ano enquanto que naquele país esse número não chega a 15 mil.

O Filósofo Luiz Eduardo Soares relata fato de sua vida no livro Justiça que se fossem propagados em meios tão potentes com o noticiário policial, ou mesmo escolas, chamariam para um debate sensato, ele relata que durante uma viagem a Recife para palestra o taxista com quem se deslocava começou a relatar o caso de um amigo assassinado durante assalto no ônibus que dirigia, morto pelo assaltante, o taxista cobrava pena de morte, e furioso por saber que nada aconteceria ao criminoso, o queria ver torrar na cadeira elétrica. Em dado momento o taxista começa a pensar a situação dos filhos do motorista, a mãe não se profissionalizou-se, doméstica, como educaria os filhos, preocupava-se com os riscos, teriam que abandonar a escola e irem trabalhar, vender balas; Luiz Eduardo começa a concordar com os riscos, essas crianças em contato com "a rua" poderiam se viciar, e sabe-se que para satisfazer o vício de crack não poderiam assaltar um ônibus e executar o motorista, então, neste caso ele pergunta ao taxista se ele queria a pena de morte e o mesmo responde que não.

É difícil se colocar no lugar de vítimas da violência, mas dessa maneira com a qual nossa sociedade inventada se depara não vai ser pedindo pena de morte, redução de maioridade penal que mudaremos o quadro, já pensamos em quem cria a violência, quem fez que sejamos uma sociedade aberrante? 

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