O Homem e a barbárie - Blog A CRÍTICA

"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados." (Millôr Fernandes)

Últimas

Post Top Ad

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Homem e a barbárie

O que é a violência? Ou melhor por que a violência, sempre presente na história da humanidade na sua forma mais cruel, a Barbárie?

"Se a essência do poder é a efetividade do domínio, não existe então nenhum poder maior do que aquele que provém do cano de uma arma(...)" (Hannah Arendt). A agressividade é necessária para que o homem viva, principalmente, quando se encontra em condições chamadas primitivas, o homem caçador e guerreiro; a civilização é uma etapa onde se tenta disciplinar o convívio, inclusive, controlar a agressividade capaz de atingir a pessoa do outro, mas, na civilização o conflito e a barbárie sempre estiveram presentes.

Na psicologia diz-se que a perversidade é a "vontade" de agredir ao outro sem "necessidade", levando-se em consideração os casos chamados de agredir para defender-se de agressão prévia; perversidade ou a ostentação da capacidade assassina choca a civilização mas até hoje nunca a largara, foi o que presenciamos esta semana com o vídeo de degolamentos divulgados na internet dentro de uma penitenciária do Maranhão.

Para Edgar Morin na obra "Breve História da Barbárie no Ocidente,  "o Homo Sapiens pode ser ao mesmo tempo  Homo Demens, capaz de delírio, de demência. O Homo Faber, que sabe fabricar e utilizar utensílios, também capaz de produzir desde a origem da humanidade os mitos. O Homo Economicus, que se determina em função de seus interesses. é também o Homo Ludens, o homem do gasto, do jogo (...)".

Morin prossegue refletindo se o Homo Demens era o capaz de sentir ódio, se imaginava que a razão do Homo Sapiens, seria antídoto para a barbárie. Mas na racionalização, segundo Morin, pode residir a paixão, na racionalidade fechada em si mesmo. Quando se constrói um raciocínio é possível que mintamos para nós mesmos, eliminando pontos que nos seriam desfavoráveis.

Com isso se ver que tanto na falta de racionalização quanto na presença dela pode residir a barbárie ou o estímulo a ela. 

No caso do presídio do Maranhão diz que uma disputa entre gangues, portanto, poder envolvido, membros de um grupo executa e corta a cabeça dos de outro grupo, e ainda gostam da filmagem do ato, ou seja, sentem que o que fazem pode ser usado como forma de dominar poder. A  violência, como diz Hannah, é a última ratio, da vontade de evitar contrários. Já assassinar por "nenhum motivo", como em um assalto, fica marcado a falta de visualizar na vida tirada qualquer tipo de significado e uma total falta de ressentimento em executar. Quando chegamos a este grau da barbárie a civilização se ressente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Bottom Ad

Pages