Seca se prolonga no semi-árido potiguar - Blog A CRÍTICA

"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados." (Millôr Fernandes)

Últimas

Post Top Ad

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Seca se prolonga no semi-árido potiguar

"Boi com sede bebe lama" (Petrúcio Amorim)

"Tomara que chova logo, tomara meus deus, tomara. Só deixo meu Cariri no último pau-de-arara" (Angel Venancio)

A seca se arrasta neste início de 2015 pelo semi-árido nordestino e o acesso à água pelas populações urbanas se torna cada vez mais complicado, no Rio Grande do Norte há municípios desde 2012 abastecidos por carros-pipa e, cidades de médio porto, como Currais Novos vive desabastecimento e já beira o colapso.

Para Currais Novos e Pau dos Ferros o governo do RN na gestão de Rosalba Ciarline havia prometido a construção de adutoras provisórias como forma de aliviar em caráter de urgência o desabastecimento dessas cidades a partir da utilização das águas do maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, só que até o momento as obras não foram executadas. O açude responsável pelo abastecimento de Currais Novos,  O Gargalheiras, famoso bela bela "sangria", conta com apenas 3% de sua capacidade, em volume morto.

Em Caicó, outro município do semi-árido potiguar com uma população maior para os padrões do estado passou a ter um rodízio de abastecimento nos bairros, através de um calendário com os dias em que cada zona da cidade conta com fornecimento, o açude da cidade, Itans, também está no volume morto.

O último período de chuvas no Rio Grande do Norte capaz de encher os grandes açudes foi 2011, e como as chuvas no semi-árido nordestino perduram até metade do ano, então desde Julho de 2011 que a seca se prolonga.

2012 oi o mais seco desses anos, com algumas regiões do RN sem contar com sequer uma precipitação de grande volume; foi em 2012 que o rebanho bovino mais fora dizimado; 2014 ainda propiciou o enchimento de alguns pequenos reservatórios.

Com relação às frases acima são marcas fortes do passado do semi-árido, embora ainda ocorram; mas há que lembrar-se que a região urbanizara-se e passa a contar com a água dos grandes reservatórios e adutoras.

Quando a seca se prolongava de fato se bebia lama, perfurava pequenas cacimbas onde se retirava pequenas quantidades de água; as cisternas foram uma técnica que para a população rural significou muito neste sentido. Com relação ao êxodo ele diminuiu muito nas últimas décadas.

O principal desafio agora é mudar a mentalidade da forma de como lidar com a seca trabalhando com tecnologias ecologicamente corretas e que se aprenda a se utilizar ao máximo a água das chuvas para o consumo humano e se pensar na integração das bacias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Bottom Ad

Pages