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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Os presentes de Eduardo Cunha

Em 2013 no auge das manifestações durante a Copa das Confederações o Congresso Nacional apressou-se em aprovar várias propostas relacionadas com cobranças feitas nas ruas, uma forma de contenção; em 2015  com o alvo deslocado para o executivo o Congresso esperou uma semana e deu a chinelada.

Luiz Rodrigues

Naquele ano o alvo não era específico e todos tremeram, "os políticos", os partidos, agora em 2015 há uma clara bifurcação, há marchas separadas e o Congresso até melhorou sua "aprovação" segundo o Datafolha; justamente pelo fato de o alvo das críticas ser o executivo conduzido pelo PT e ter no presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, um aliada como o melhor opositor do governo.

Independência do Legislativo? Rousseau teorizou a volunté générale acreditando na representação, os deputados representam o povo e não a si mesmos, o que fora logo contrastado pelo inglês Burke, e esse dilema democracia direta x democracia representativa ainda atiça os debates até hoje. Rousseau era adepto da tese de Montesquieu da separação e harmonia entre os poderes, então deveria haver o governo (executivo) e a representação geral da sociedade.

Um legislativo independente do governo no caso brasileiro significaria atuar com pautas nascidas e debatidas ali mesmo sem interferência do executivo. Acreditar nisso é a mesa coisa de crer na vontade geral; o que h´é estratégia política e vontade de poder. Não se elege apenas os que relegam a si para representarem outros, a retórica política moderna é para a representação, mas a prática é para o fechamento dos parlamentos.

Conduzir e saber usar o que a multidão quer em política é uma constante, como observara Sócrates os mesmos que oram seguem ora lincham. Eduardo Cunha é o homem do momento, ascendeu e trouxe o parlamento para si, sabe jogar "comprovações democráticas" para a plateia mas é um lobo político que não perdoa adversário.

Pra cada um o presente oferecido: para os sindicatos a terceirização, para a OAB o fim do exame para os bacharéis em direito, para o PT a inviabilidade no Congresso.

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