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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pela crítica da arte



A violência que assola o Brasil, fica a cada dia mais claro, tem uma origem "discursiva".

No marxismo, a principal fonte de análise no Brasil, o material precede ao espírito, portanto, a origem da violência está na produção material do sistema econômico. Globalização, mídia de massas, publicidade etc. são elementos do sistema capitalista que influenciam a proliferação da violência aos destituídos do acesso ao consumo. No entanto, essa abordagem padece de uma contrariedade central.

O discurso origem da violência assola todas as camadas sociais, mesmo nas classes que tem pleno acesso ao mercado de consumo; por outro lado, ainda, com o avanço do ensino público no mundo todo, as pessoas de classes baixas podem ter  acesso aos "bens culturais", notadamente os literários. Evidentemente, que os que se dedicam ao crime efetivo (roubo e homicídio) na absoluta maioria são homens, jovens e pobres; embora os que sigam o mesmo "discurso" de classes com rendas mais elevadas não cometam os mesmos delitos têm suas vidas permeadas pelo mesmo vazio.

A contrariedade da "análise" marxista é por um lado condenar o consumismo e por outro defender discursos como o funk, os dois têm a mesma origem; o fato de ser originário entre setores excluídos da sociedade não significa, sob o ponto de vista marxista, que não tenha origem  na estrutura material, muito menos uma forma de resistência. Antes se produzia como música, por exemplo, o samba, por que agora Funk?

Uma crítica do funk, por exemplo, pode ser considerado como um apego a um elitismo cultural, apesar de que Luiz Gonzaga ou Bezerra da Silva nada tenham a ver com elitismo. Anitta, Mc Catra,Valesca Popozuda são anti-arte, ao invés de simbolizar esvaziam o mundo se sentidos úteis.

Por outro lado, não significa um retorno, resgate da música passada, e sim a busca de um elitismo cultural direcionado para o belo sem cheiro de tinta spray ou verborreia imunda. Ainda existem estrelas no céu, pássaros que cantam e mulheres linda que caminham pelas ruas.

A posse de produtos acaba sendo um fim e não a origem. O material sem o discursivo nada representa, a ostentação, o paredão, o safadão são significações que jogam o sujeito num mundo onde o fantástico é ser medíocre, rastejante.

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