FGV IBRE: “Pós-pandemia, extrema pobreza cai pela metade no Brasil”

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE publicou um estudo sobre a dinâmica da pobreza e extrema pobreza no Brasil, destacando um marco significativo pós-pandemia. Segundo o estudo, entre 2021 e 2023, o número de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil foi reduzido em quase 9,7 milhões, com o Nordeste contribuindo para metade dessa redução ao tirar mais de 4,8 milhões de pessoas dessa condição.

Tendências Regionais e Temporais

Entre 2012 e 2019, período marcado por uma recessão significativa e anos de baixo crescimento, apenas as regiões Nordeste e Sul conseguiram reduzir o número de pessoas em situação de pobreza. No entanto, nenhuma região apresentou redução na extrema pobreza durante esse período.

A partir de 2020, a pandemia de Covid-19 trouxe mudanças drásticas. Os efeitos mais severos da pandemia sobre os indicadores de pobreza foram sentidos em 2021, resultando em um aumento abrupto na incidência de pobreza. Entretanto, as políticas de transferência de renda implementadas após 2021 delinearam uma tendência acentuada de redução tanto da pobreza quanto da extrema pobreza.

Impacto das Políticas de Transferência de Renda

As mudanças nas políticas de transferência de renda, especialmente a partir de 2022, foram fundamentais para a redução significativa da pobreza e extrema pobreza em todo o Brasil. O estudo destaca que mais de 5,4 milhões de pessoas no Nordeste ultrapassaram a linha de pobreza e quase 5 milhões saíram da extrema pobreza devido a esses programas. Em 2023, o índice de pobreza no Nordeste foi estimado em 47,4%, correspondendo a mais de 27,5 milhões de pessoas. Em contraste, em 2012, essa medida era de 14,2%, aproximadamente 30,8 milhões de pessoas.

Evolução da Extrema Pobreza no Nordeste

Em 2023, o índice de extrema pobreza no Nordeste foi estimado em 9%, representando pouco mais de 5,6 milhões de pessoas. Em 2012, esse índice era de 14,2%, ou 7,7 milhões de pessoas. No pior ano da série, 2021, o índice de extrema pobreza no Nordeste atingiu 17,6%, com mais de 10 milhões de pessoas nessa condição. Entre 2021 e 2023, 4,86 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza no Nordeste, representando metade da redução nacional no período.

Confira o estudo aqui