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| Wesley Safadão. (foto: reprodução) |
A pequena cidade de Pombal, no sertão da Paraíba, com pouco mais de 32 mil habitantes e indicadores socioeconômicos alarmantes, entrou no roteiro já conhecido do desperdício de dinheiro público travestido de festa popular. A prefeitura pagou R$ 1 milhão para contratar o cantor cearense Wesley Safadão como atração principal das comemorações da fundação do município.
O caso escancara mais uma vez o modelo perverso de populismo cultural que ainda grassa pelo interior do Nordeste: gestores públicos endividados, cidades sem saneamento, sem perspectiva de desenvolvimento, mas com palcos milionários para estrelas da música de massa — geralmente financiadas por cachês astronômicos pagos com dinheiro da União, via emendas parlamentares ou transferências constitucionais.
Em Pombal, os números não deixam margem para ilusão: apenas 12% da população possui emprego formal. A taxa de mortalidade infantil é de 19,89 por mil nascidos vivos, e mais de 90% da receita municipal advém de transferências correntes, evidenciando a total dependência econômica da cidade em relação aos repasses estaduais e federais.
Enquanto isso, artistas como Wesley Safadão e Gusttavo Lima figuram entre os maiores beneficiados dessa engrenagem de festas públicas inflacionadas. São contratados a peso de ouro por prefeituras pequenas e frequentemente alvos de investigações por superfaturamento, ausência de licitação ou uso irregular de recursos públicos.
Esse populismo de shows tem devastado o nordeste, as receitas repassadas pela União e que são produzidas em áreas desenvolvidas do país deviam ser usadas no nordeste para o desenvolvimento social da região e acabam passando para as mãos desses "artistas" que eles mesmos são produtos do subdesenvolvimento. Se tivéssemos educação quem ouviria um cantor chamado Safadão?



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