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domingo, 5 de outubro de 2025

Brasil conquista liderança inédita no atletismo paralímpico mundial e supera China em Nova Déli

Mosaico com participações e conquistas expressivas do Brasil no Mundial de Nova Déli, na Índia: país à frente do quadro de medalhas pela primeira vez na história. Os 50 atletas nacionais integram o Bolsa Atleta do Governo do Brasil. Fotos: Alessandra Cabral e Cris Mattos / CPB


O atletismo paralímpico brasileiro viveu neste domingo (5) um capítulo histórico. Pela primeira vez, o país encerrou um Mundial da modalidade no topo do quadro de medalhas, superando a China e consolidando-se como a maior potência global do esporte. A conquista veio em Nova Déli, na Índia, após uma campanha de 44 medalhas – sendo 15 de ouro, 20 de prata e nove de bronze –, resultado que deixa para trás a hegemonia chinesa.


A delegação brasileira, formada por 50 atletas de 18 estados, competiu com apoio integral do programa Bolsa Atleta do Governo Federal. O desempenho confirmou a evolução do país, que já vinha batendo na trave: foi vice-campeão nos últimos três mundiais (Dubai 2019, Paris 2023 e Kobe 2024).


“Quebramos o recorde de ouros e do número total de medalhas conquistadas nos Jogos Paralímpicos de Paris. Esse primeiro ano do ciclo para Los Angeles mostra que o Brasil vem muito forte”, destacou Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chefe da missão em Déli.


Superando a hegemonia chinesa


Embora a China tenha conquistado mais medalhas (52), o Brasil brilhou mais no lugar mais alto do pódio, somando 15 ouros contra 13 dos chineses. Foi apenas a segunda vez na história que os asiáticos não lideraram o quadro geral de um Mundial de atletismo paralímpico – a primeira havia sido em 2013, quando a Rússia terminou em primeiro lugar.


O feito brasileiro também supera a performance nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, quando foram conquistadas 36 medalhas (dez de ouro). Ao todo, o país acumula agora 348 medalhas em mundiais da modalidade: 122 ouros, 110 pratas e 116 bronzes.


Estrelas brasileiras brilham em Déli

Jerusa Geber se tornou a brasileira com maior número de conquistas em mundiais de atletismo paralímpico: 13 pódios. Foto: Foto: Cris Mattos/CPB


Entre os destaques, Jerusa Geber, acreana especialista em provas de velocidade, tornou-se a brasileira com mais conquistas na história dos mundiais. Com dois ouros em Déli (100m e 200m T11), chegou a 13 pódios na carreira, ultrapassando Terezinha Guilhermina. “Quero o penta, o hexa, quero tudo. Até onde aguentar, quero ir”, disse, emocionada.

Petrúcio Ferreira: imbatível nos 100m desde o Mundial de 2017, foi pentacampeão da prova. Foto: Alessandra Cabral/CPB


Outro grande momento foi o pentacampeonato mundial do velocista Petrúcio Ferreira nos 100m T47. Com 10s66, ele manteve uma invencibilidade que já dura 12 anos. “O quinto título foi mais difícil que o primeiro. Isso não é só físico, é psicológico também”, comentou o paraibano, considerado o paralímpico mais rápido do mundo.


No campo dos arremessos e lançamentos, Beth Gomes conquistou o tetracampeonato no disco F53, mantendo a hegemonia com a marca de 17,35m. Já Thalita Simplício, do Rio Grande do Norte, saiu da Índia com dois pódios: ouro nos 400m e bronze nos 200m T11.


Esporte descentralizado


Os resultados refletem a expansão do esporte paralímpico em todo o território nacional. Dos 50 atletas em Déli, há representantes de 18 estados, do Acre ao Rio Grande do Sul. Essa diversidade, segundo Yohansson, é fruto de investimentos em festivais paralímpicos, realizados em 120 cidades, e de uma rede de 86 centros de treinamento espalhados pelo Brasil.


O CPB conta com patrocínio da Caixa e Loterias Caixa, e tem no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o maior legado da Rio 2016 para a modalidade.


Brasil no topo

Durante os nove dias de competição, entre 27 de setembro e 5 de outubro, o Brasil subiu ao pódio em todos os dias, sempre liderando o quadro de medalhas. Só no último dia, foram seis pódios – três ouros, uma prata e dois bronzes.

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