Com mais pessoas trabalhando e rendas em alta, o mercado de trabalho brasileiro consolida uma recuperação após os efeitos da pandemia e da inflação alta dos últimos anos. O desafio agora é manter esse ritmo com mais formalização e produtividade.

Juntos, os grupamentos da Agropecuária e da Construção geraram mais de 500 mil postos de trabalho frente ao trimestre móvel anterior. - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025, igualando o menor nível desde o início da série histórica, em 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número representa uma leve melhora em relação ao trimestre anterior (5,8%) e uma queda mais expressiva na comparação com o mesmo período de 2024, quando o desemprego era de 6,4%.
Menos pessoas procurando trabalho
Segundo a pesquisa, o Brasil tinha 6,0 milhões de pessoas desocupadas — o menor número já registrado pela PNAD Contínua. Isso representa 209 mil pessoas a menos do que no trimestre anterior e 809 mil a menos que há um ano.
O total de pessoas trabalhando se manteve em 102,4 milhões, próximo do recorde histórico, com 58,7% da população em idade ativa ocupada.
O número de trabalhadores com carteira assinada também bateu recorde, chegando a 39,2 milhões.
Menor subutilização da força de trabalho
A força de trabalho potencial — quem poderia trabalhar, mas não procurou — ficou em 5,2 milhões, também o menor número desde 2015.
Setores que mais cresceram
Apesar da estabilidade geral, alguns setores ampliaram o número de trabalhadores. Entre julho e setembro, cresceram:
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Agricultura, pecuária e pesca: +3,4% (260 mil pessoas a mais)
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Construção: +3,4% (249 mil a mais)
Por outro lado, houve redução em:
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Comércio e reparação de veículos: -1,4% (menos 274 mil)
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Serviços domésticos: -2,9% (menos 165 mil)
Na comparação com o mesmo período de 2024, destacam-se os aumentos em Transporte e armazenagem (+6,7%) e Administração pública, saúde e educação (+3,9%).
Informalidade se mantém estável
A taxa de informalidade ficou em 37,8%, o que equivale a 38,7 milhões de trabalhadores informais — o mesmo percentual do trimestre anterior, mas menor que os 38,8% de um ano atrás.
O número de empregados sem carteira assinada ficou estável (13,5 milhões), enquanto os trabalhadores por conta própria somaram 25,9 milhões, com leve aumento de 4,1% em relação a 2024.
Renda dos trabalhadores bate novo recorde
A massa de rendimento real — soma dos rendimentos de todos os trabalhadores — chegou a R$ 354,6 bilhões, novo recorde histórico. Isso representa alta de 5,5% em relação ao ano passado.
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Agricultura: +6,5%
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Construção: +5,5%
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Serviços domésticos: +6,2%
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Administração pública e saúde: +4,3%
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Informação e atividades financeiras: +3,9%


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