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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares vence Prêmio Camões 2025

Fundação Biblioteca Nacional


A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares é a vencedora do Prémio Camões 2025, o mais importante reconhecimento da literatura em língua portuguesa. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (8) pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), em Portugal.


Autora de uma obra vasta que transita entre a poesia, a prosa e o ensaio histórico, Ana Paula Tavares foi distinguida pela “fecunda e coerente trajetória de criação estética” e pelo “resgate de dignidade da Poesia”, conforme destacou o júri do prêmio em comunicado oficial.


“Com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica”, sublinha o texto divulgado pela DGLAB.


A escritora torna-se assim a nona mulher a receber o Prêmio Camões em seus 36 anos de existência, juntando-se a nomes como Sophia de Mello Breyner Andresen, Rachel de Queiroz, Agustina Bessa-Luís, Maria Velho da Costa, Lygia Fagundes Telles, Hélia Correia, Adélia Prado e Paulina Chiziane.


Desde a sua criação, em 1989, o galardão — instituído pelos governos de Portugal e do Brasil — reconhece autores que tenham contribuído de forma notável para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. O primeiro premiado foi o português Miguel Torga, e em 2024 o prêmio foi concedido à brasileira Adélia Prado.


Com esta distinção, Angola passa a contar com três laureados na história do Camões, além do luso-angolano Luandino Vieira. A conquista de Ana Paula Tavares reforça a presença da literatura africana de expressão portuguesa no cenário internacional e evidencia uma voz poética marcada pela memória, ancestralidade e identidade feminina.


Nascida em Lubango, em 1952, Ana Paula Tavares é doutora em História pela Universidade de Lisboa e autora de obras emblemáticas como Ritos de Passagem, O Lago da Lua, Manual para Amantes Desesperados e Verbetes para um Dicionário Afetivo. Sua escrita é reconhecida pela profunda ligação com as tradições angolanas e pela reflexão sensível sobre o papel das mulheres na história e na poesia africana.

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