Em todo o Brasil, estimativa da Conab é de que o volume recorde colhido em 2024/25, de 350,2 milhões de toneladas, suba para 354,7 milhões de toneladas em 25/26
| Projeções da Conab apontam aumento nas exportações brasileiras de milho, que devem passar de 40 milhões para 46,5 milhões de toneladas em 2025/26 - Foto: GettyImages |
O Rio Grande do Norte é o estado com a maior projeção de crescimento da safra de grãos no Brasil para o ciclo 2025/2026, segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (14). A estimativa indica um aumento de 61% na produção potiguar, que deve passar de 30,8 mil toneladas em 2024/2025 para 49,6 mil toneladas em 2025/2026.
Apesar de uma redução de 0,6% na área plantada — de 112,6 mil hectares para 111,9 mil hectares —, o avanço expressivo é impulsionado pela alta na produtividade por hectare, que deve crescer 62%, saltando de 274 quilos para 443 quilos por hectare.
Crescimento por cultura
As principais lavouras do estado apresentam projeções positivas. As safras de feijão, milho e algodão devem registrar crescimento superior a 60%, enquanto o arroz apresenta aumento próximo de 20%.
Feijão: de 7,7 mil para 12,7 mil toneladas (+64,9%)
Milho: de 20,6 mil para 33,3 mil toneladas (+61,7%)
Algodão pluma: +87,5%
Algodão caroço: +64,3%
Arroz: de 1,1 mil para 1,3 mil toneladas (+18,2%)
Esses resultados colocam o Rio Grande do Norte entre os destaques do levantamento, sobretudo pela recuperação da produtividade agrícola, favorecida por melhores condições climáticas e técnicas de cultivo.
Cenário nacional
Em nível nacional, a Conab projeta uma produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos em 2025/2026, o que representa um crescimento de 0,8% em relação ao ciclo anterior, que foi o maior da série histórica (350,2 milhões de toneladas). A área semeada também deve crescer 3,3%, chegando a 84,4 milhões de hectares.
A soja segue como o principal produto da agricultura brasileira, com previsão de 177,6 milhões de toneladas, um incremento sobre as 171,5 milhões do ciclo anterior. O plantio avançou com boas condições climáticas em setembro, especialmente no Mato Grosso e Paraná, onde mais de 30% da área já estava semeada até o início de outubro.
O milho também deve registrar expansão, alcançando 138,6 milhões de toneladas nas três safras, com crescimento de 6,1% na área da primeira. Já o arroz deve ter leve retração de 5,6% na área cultivada, com produção estimada em 11,5 milhões de toneladas. O feijão tende à estabilidade, totalizando 3 milhões de toneladas nas três safras, e o trigo, entre as culturas de inverno, deve cair 2,4%, para 7,7 milhões de toneladas.
Exportações e consumo interno
As projeções da Conab indicam aumento nas exportações de milho, que devem subir de 40 milhões para 46,5 milhões de toneladas, acompanhando o crescimento do consumo interno, estimado em 94,5 milhões de toneladas, impulsionado pela produção de etanol.
A soja deve manter o Brasil como líder mundial nas exportações, com previsão de mais de 112 milhões de toneladas exportadas. O processamento interno também deve aumentar, alcançando 59,56 milhões de toneladas em 2026, em razão da demanda por biodiesel e proteína vegetal.
Mesmo com redução da área plantada, o arroz deve garantir boa oferta no mercado doméstico e expansão das exportações, que podem chegar a 2,1 milhões de toneladas, frente a 1,6 milhão no ciclo anterior. As importações e o consumo interno tendem a permanecer estáveis, em torno de 1,4 milhão e 11 milhões de toneladas, respectivamente.


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