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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Censo revela precariedade nas Unidades Básicas de Saúde: 60% precisam de reformas e maioria tem apenas um médico

 

Marcello Casal Jr. - Agência Brasil

A atenção básica no Brasil — porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) — enfrenta sérios desafios estruturais e de pessoal. É o que revela o Censo das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde. Segundo os dados, 59,3% das 44,9 mil unidades em funcionamento no país contam com apenas um médico. Além disso, 60,1% das UBSs afirmaram precisar de algum tipo de reforma, evidenciando um cenário de sobrecarga e infraestrutura precária.


O levantamento foi realizado entre junho e setembro de 2024 em todas as unidades do país. Uma das informações mais alarmantes é que 1.724 UBSs não possuem nenhum médico, sendo quase metade localizadas na região Nordeste, historicamente marcada por desigualdades no acesso à saúde pública.


Por outro lado, as unidades que contam com quatro ou mais médicos — apenas 15,1% do total — estão majoritariamente concentradas no Sudeste, região com maior densidade populacional e recursos. Essa desigualdade regional reflete as dificuldades de interiorização da assistência médica e o desequilíbrio na distribuição de profissionais pelo país.


Estrutura mínima, alta demanda


As UBSs são responsáveis por serviços primários como prevenção, diagnóstico precoce, acompanhamento de doenças crônicas e vacinação. Na maioria dos casos, a unidade é composta por uma única equipe de Saúde da Família — formada por médico, enfermeiro e agentes comunitários — o que explica a predominância de unidades com apenas um profissional médico.


Infraestrutura e equipamentos também são problemas


O censo aponta ainda deficiências graves de infraestrutura. Quase dois terços das unidades (60,1%) relataram a necessidade de reformas estruturais, o que inclui desde telhados com infiltrações até banheiros inadequados e consultórios improvisados.


A falta de equipamentos básicos também preocupa. 57% das unidades não têm oxigênio, recurso essencial para procedimentos como nebulização, estabilização de pacientes e transporte de casos graves. Outro dado sensível refere-se ao acesso à saúde reprodutiva: apenas 19,7% das unidades realizam inserção de DIU, um dos métodos contraceptivos mais seguros e duradouros, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).



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