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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Reforma Agrária descanse em paz. Revista Carta Capital afirma que concentração de terras continua a mesma da ditadura

Edição 657

REFORMA AGRÁRIA, DESCANSE EM PAZ - Nos governos do PT, o programa refluiu. A concentração no campo continua a mesma da ditadura. Ainda faz sentido econômico distribuir terra?

Esta é a reportagem principal da revista "Carta Capital" em sua última edição. Na reportagem escrita por  Ricardo Carvalho e Soraya Aggege são apresentados números que revelam de forma precisa que não passou de um discurso sem qualquer atitude o discurso do ex-presidente Lula quando o mesmo falou que resolveria o problema da concentração de terras no Brasil com uma canetada ("faltou tinta na caneta", provoca o texto). 

A reportagem destacou os seguintes números:  "O índice de Gini, em 1967, era de 0,836 (quanto mais perto de 1,0, mais concentrado é o modelo). Em 2006, data do último Censo Agrário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), era de 0,854. Outro dado, do mesmo censo, dá uma dimensão mais clara da concentração. As pequenas propriedades, com menos de 10 hectares, ocupam 2,36% do total de terras, embora representem quase metade (47,86%) dos estabelecimentos rurais. Já os latifúndios, com mais de mil hectares, somam menos de 1% das propriedades e controlam 44,42% terras, situação com poucos similares no mundo".

A matéria também põe em dúvida números divulgados pelo INCRA (Instituto Nacional de colonização e reforma agrária), segundo os quais nos últimos 8 anos foram assentados 614 mil famílias. Inclusive com declarações feitas pelo geógrafo Ariovaldo Umbelino, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos principais especialistas no tema do país. Segundo ele, "o governo Lula teria assentado apenas 154,2 mil famílias em oito anos". A divergência acontece porque, na avaliação de Umbelino, "o governo coloca no mesmo balaio 303,6 mil famílias beneficiadas por uma reordenação fundiária que significa trocar um assentado de uma terra para outra, 154 mil por regularização e 2,3 mil que foram removidas por conta de construção de barragens".

O que fica clara a opção do governo petista pelo apoio ao agronegócio, favorecendo os grandes latifúndios exportadores e com isso manter o Brasil como um dos maiores agroexportadores do mundo, mantendo a concentração de terras no país. 

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