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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Violência entre grupos rivais tende a ser mais frequente, diz antropóloga


De um lado estão os carecas de extrema direita, cuja orientação ideológica vai desde o nacionalismo até o neonazismo. Avessos a homossexuais, negros e nordestinos. Os grupos mais conhecidos são a Resistência Nacionalista, Ultradefesa, White Power, Carecas do Brasil e Kombat RAC (Rock contra o comunismo, tradução livre).
Do lado esquerdo, sob a bandeira antifascista, perfilam-se os grupos comunistas e anarquistas. Os mais conhecidos são Rash (carecas vermelhos e anarquistas) e Sharp (carecas contra o preconceito racial).
De uma briga de jovens pertencentes a ambas as vertentes de skinheads, uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida. Respectivamente, o punk Johni Raoni Falcão Galanciak, estudante de 25 anos, e Fábio dos Santos Medeiros, de 21 anos.
A confusão ocorreu em frente à boate Carioca Club, na rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, onde houve a apresentação da banda punk inglesa Cock Sparrer. O tumulto envolveu cerca de 200 pessoas.
De acordo com reportagem publicada no Portal IG, o confronto começou no dia 15 de abril, uma semana depois de skinheads de extrema-direita terem apoiado uma passeata em favor do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ), na avenida Paulista.
Naquele dia, o grupo Rash publicou em seu blog um texto intitulado Revoada dos Galinhas Verdes II, no qual conclamava todos os grupos antifacistas a combater nas ruas os nacionalistas. Temas polêmicos como aborto e união homossexual têm acirrado os ânimos entre grupos de extrema direita e esquerda desde as eleições presidenciais de 2010.
Há quem compare o embate em frente ao Carioca Club com um embate ocorrido em outubro de 1934, na Praça da Sé. Militantes dos movimentos anarquista, comunista, sindicalista enfrentaram uma passeata de fascistas e nacionalistas promovida pela Ação Integralista Brasileira, comandada por Plínio Salgado. Resultado: seis mortos. A batalha ficou conhecida como a “Revoada dos Galinhas Verdes”, em referência à cor das camisas usadas pelos integralistas.
Nessa mistura de ideologias e culturas, é importante lembrar que a história dos skinheadsnasce nos anos de 1960, na Inglaterra, quando imigrantes jamaicanos e jovens operários ingleses apenas se divertiam ao som de reggae e ska e não tinham posições políticas definidas. Décadas seguintes, após o partido nazista inglês inserir-se no movimento surgiram os primeiros atos racistas e violentos.

Mais violência
No Brasil, segundo Adriana Dias, o movimento antifascista (por meio de “skinheads de esquerda”) começou a reagir a grupos neonazistas desde a época de 1990. “Essas ações e reações foram ficando cada vez mais violentas a ponto de tornarem-se um problema muito sério de segurança pública e que as pessoas parecem não dar importância. Eu compreendo eles, mas as respostas violentas só aumentam a violência. E a barbárie já provou que isso não é solução”, afirma Adriana.
Segundo a antropóloga, existem estudos que mostram que manifestações de parlamentares como a de [Jair] Bolsonaro, refletem, depois, em manifestações “violentíssimas”. “A violência tende a ser mais frequente. Já tem sido”, conclui.
Eduardo Sales de Lima, Brasil de Fato

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