A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa lançou na última segunda-feira (12), o dossiê “Megaeventos e Violação de Direitos Humanos no Brasil”. O documento foi entregue aos governos municipais e estaduais das doze cidades-sede da Copa de 2014, além de órgãos federais como o BNDES e o Ministério Público Federal. A Comissão de Direitos Humanos da OEA e a Organização das Nações Unidas (ONU) também receberam o documento.
Entre as denúncias de impactos e violações de direitos divulgadas, está a de despejos arbitrários e remoção de famílias. A integrante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Clara Silveira, explica como ocorreram esses processos no Rio de Janeiro.
“Um monte de gente foi removida de forma truculenta. Muita gente não foi indenizada. Quando era indenizada, era um valor que não dava para comprar uma moradia digna em lugar nenhum. Isso quando eles [governo] não ofereciam uma opção de serem transferidos para um conjunto do ‘Minha Casa, Minha Vida’ mais de 50 ou 60 quilômetros de onde aquelas pessoas moravam. E [o governo] sempre pressionando as pessoas para aceitaram aquilo, se não elas ficariam sem nada. Quem aceitou teve que ir para longe, acabou perdendo o emprego por conta da distância, as crianças perderam o ano letivo”.
Com a finalidade de pressionar os moradores para a remoção, Clara relata que a prefeitura carioca promoveu cortes de luz e de água, destruição de casas e não remoção dos entulhos, o que dificultava que as pessoas resistissem no local de sua moradia.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
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