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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Em Natal população protesta contra aumento na tarifa de ônibus. PM tenta reprimir

Na tarde da quarta-feira (28) cerca de 500 pessoas protestam contra o aumento da tarifa de ônibus em Natal.  A tarifa passou para R$2,40 e pegou desprevenida toda a população natalense na terça-feira (27). Muitas pessoas foram barradas nas roletas por não entregarem a quantia certa para o pagamento do serviço. Revoltados, estudantes começaram um protesto virtual nas mídias sociais. 


A movimentação foi organizada através das redes sociais . Com faixas, bandeiras pretas e fogos de artifício sonoros e luminosos, os manifestantes bradavam gritos de guerra, apoiando-se contra a decisão da prefeitura. Por mais de duas horas, o trânsito na zona Sul de Natal permaneceu parado, gerando filas gigantescas de congestionamento.

Houve a intervenção da PM na tentativa de retirar os manifestantes da via. Como sempre usando de muita violência e tentando reprimir o direito de manifestação.

Com Tribuna do Norte
Abaixo depoimento de jovem agredido pela PM.


Polícia Militar do RN me machucou e prendeu

NOTA GERADA NO PERFIL  DO FACEBOOK DA PRÓPRIA VÍTIMA. SEGUE O SEU RELATO NA INTEGRA:

Estilhaços de uma bomba atingiram o meu rosto, muito próximo do meu olho direito. Tudo isso simplesmente porque estava exercendo a plena cidadania, supostamente garantida a todo brasileiro. E como se tamanha violência não bastasse, também fui preso.

Por volta das 20h desta quarta-feira (29) a Polícia Militar do Rio Grande do Norte iniciou um ataque contra estudantes e vários cidadãos que organizaram ato público contra o aumento da tarifa de ônibus. Na manifestação havia cerca de 1.200 pessoas (número negado pela Polícia Militar, mas que a parca experiência adquirida na cobertura jornalística de atos do tipo me permitiu aferir).

A Polícia Militar do Rio Grande do Norte encurralou os manifestantes na altura do Supermercado Nordestão. A força de segurança então iniciou o ataque com tiros e bombas. A única forma de defesa dos estudantes foram pedras.

Estilhaços da bomba atingiram em cheio o meu rosto, muito próximo do olho direito. Depois de uma dispersão inicial da multidão, decidi procurar os policiais para saber quem estava no comando da operação, pois a minha intenção é realizar denúncia contra o responsável pela lesão corporal sofrida.


Com a truculência policialesca comum, os militares se negaram a dizer quem estava no comando. Inclusive, a maioria deles não estava identificada. Apenas um tal de Denilson, de quem eu não verifiquei a patente. Com o modo pacífico de sempre, exige a informação e não obedeci a “ordem” de me retirar do local.

Prisão

Sem pensar duas vezes, os policiais me prenderam, justificando “desacato à autoridade”. Denilson segurou-me pelo braço e trancou dentro de um camburão. Eu, um estudante, ser pacífico ao extremo, fui trancado no mesmo espaço em que o Estado brasileiro amontoa assassinos, sequestrados e estupradores. Alías, lugar pelo qual a excelentíssima Prefeita Micarla de Sousa e a comandante máxima da Polícia Militar, Rosalba Ciarlini, e tantos outros vermes políticos, deveriam passar.

Fiquei no camburão por volta das 20h20 até as 20h55, quando cheguei à delegacia de Plantão de Candelária. Na delegacia, um policial civil ouviu minha versão e também a de um dos policiais militares. Foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) que resultará em uma audiência no dia 11 de setembro. Por incrível que pareça, depois de quase ter perdido a visão, ainda vou responder em juízo o motivo do tal “desacato”.

Na mesma delegacia, peguei uma guia para fazer exame de corpo de delito. Com o exame em mãos, vou realizar uma denúncia contra o comandante da operação – seja ele quem for – na Corregedoria da Polícia Militar. Também acionarei o Ministério Público, que deverá investigar os excessos da ação da Polícia Militar do RN cometidos contra as pessoas. Vale lembrar também que a Avenida Salgado Filho é jurisdição federal.

Ações policiais como a desta quarta-feira são dignas de países autoritários, onde a democracia ainda não chegou e cidadania é um vocábulo inexistente. Isso mostra também que o Estado de Direito existente no Brasil é só um discurso. É completamente inconcebível que um movimento que fale em nome de 400 mil cidadãos, que usam o transporte público diariamente em Natal, seja reprimido da forma que foi. Acorda Natal, acorda RN!

Estilhaços de bomba lançada pela Polícia Militar do RN deixaram meu rosto nessa situação. Isso sim é um soco do Estado na cara do povo.

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