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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Políticas de austeridade agravam recessão espanhola


As políticas de austeridades impostas pelo executivo de Rajoy, que se traduziram na quebra acentuada do consumo das famílias, empurram a Espanha para uma espiral recessiva. O Produto Interno Bruto Espanhol (PIB) caiu 0,4% no segundo trimestre.
Foto de Javier Lizon, Lusa.
Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, refletem, pelo quarto trimestre consecutivo, uma quebra do PIB nacional que, no segundo trimestre de 2012, foi de 0,4%, 0,1% mais agravada do que no trimestre anterior. Em termos interanuais, o PIB contraiu-se 1,3%, contra os 1% anteriormente anunciados pelo INE.
Para esta degradação da atividade económica do país contribuiu, segunda adianta o El País, a diminuição do consumo das famílias, que registou um decréscimo de 1% na sua taxa trimestral.
O aumento exponencial da taxa de desemprego, que ascende atualmente a quase 25%, as dificuldades no acesso a créditos bancários, os cortes nos rendimentos a que se sujeitaram as famílias espanholas, e a perspetiva de desconfiança no que respeita ao futuro da economia do país justificam esta retração do consumo privado.
A diminuição da despesa com as Administrações Públicas, de 0,7%, e a quebra do investimento, de 3%, também colocam sérios entraves a uma possível recuperação económica.
No total, o consumo interno diminuiu 3,9% no segundo trimestre, sete décimas a mais do que no trimestre anterior.
“A procura, tanto pública como privada, contribui cada vez menos para o crescimento, devido à quebra do consumo das famílias e à consolidação fiscal a que se encontra obrigado o governo, explica Juan Rubio-Ramírez, da Fundação de Estudos de Economia Aplicada (FEDEA), citado pelo El País. E a segunda parte do ano será “ainda pior”, já que “as comunidades autónomas estão muito atrasadas no processo de cumprimento do objectivo do défice”, adverte.
Apenas as exportações contribuíram para o crescimento do PIB, tendo-se invertido a quebra registada no primeiro trimestre, que deu lugar a um aumento de 1,6%. Contudo, a dependência do crescimento das exportações torna o país muito vulnerável aos desenvolvimentos de outras economias além fronteiras.
Para o governo de Rajoy, ainda é "cedo" para questionar a exequibilidade da meta orçamental estabelecida para 2012. "Acreditamos que houve uma estabilização na queda do PIB", afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Económico, Fernando Jiménez Latorre, em conferência de imprensa, adiantando ainda que Espanha está “no pico de queda e haverá uma correção a partir dos primeiros trimestres de 2013".
Recessão começou três meses mais cedo
Após o INE ter revisto em baixa o crescimento do país em 2010 e 2011, verificou-se que "o primeiro trimestre que apresentou um crescimento negativo trimestral, apesar de pequena dimensão, foi o terceiro, e não o quarto, como inicialmente estimado".
"Os dados indicam que a recessão começou no terceiro trimestre do ano passado", admitiu o secretário de Estado para os Assuntos Económicos.
Da revisão promovida pelo INE resultou também a conclusão de que, no último trimestre de 2011, o PIB caiu mais do que o inicialmente calculado: 0,5% em vez de 0,3%.
Esquerda.net

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