Liminar da justiça proibiu a Prefeitura da cidade de Jucurutu-RN de realizar as festividades em alusão ao natal. A justiça considerou os gastos com a festa improcedentes devido o município passar pela maior seca dos últimos 30 anos e se encontrar em estado de emergência. Entre as "atrações" estavam contratados Dorgival Dantas, Reginaldo Rossi, Banda Deixe de Brincadeira e Guilherme Dantas. Os custos da festa não seriam totalmente do Município, já que o Estado, através da Fundação José Augusto (FJA), liberou por convênio a quantia de R$ 75.000,00. A Prefeitura de Jucurutu entraria com uma contrapartida no valor de R$ 55.000,00.
O fato é simbólico e tem um valor fantástico. Jucurutu é curral eleitoral de uma oligarquia familiar, a família Queiroz, os shows são uma das armas que as oligarquias usam para manipular a consciência dos eleitores menos hábeis intelectualmente. O grupo que domina uma cidade dessas tem que sempre manter a boa imagem junto ao povo, com muito carisma e assistencialismo ganham um certo prestígio de líder político. Claro que esse tipo de "político", despolítico por sinal já que é contrário ao bem estar da população se preocupa em realizar obras de percepção imediata, que possa ser conferida de forma concreta e que poderá ser bem explorada durante as eleições. Como disse Maquiavel em seu O PRÍNCIPE: "O príncipe deverá preocupar-se em distrair e alegrar o seu povo, dando-lhes festas e espetáculos".
Importante essa nova atuação do poder judiciário, que parece nesse aspecto deixar de ser tão subserviente às elites a passar a ver mais de perto a questão social. Vivendo uma terrível seca a festa serviria como forma de disfarçar o problema, trazer uma falsa alegria e passar uma boa imagem da oligarquia local, no momento em que o judiciário tenta obrigar e traz para a opinião pública que os recursos tem que ser usado com assistência social.
Na ação, demonstra-se a situação crítica que se encontra a zona rural do Município e que se desconhece atuação ou programa específico da própria Prefeitura para dar suporte real ao homem do campo para conviver com a seca e dar apoio à produção rural. Explicou-se que a agricultura de subsistência e o ciclo econômico do gado de leite e derivados deste município é a principal atividade econômica da zona rural, que encontra-se devastada pela estiagem, que é considerada a pior dos últimos 30 anos. Até o abastecimento humano da zona urbano encontra-se em risco dado a exaustão do sistema de abastecimento, que é dos anos 70 e não foi aperfeiçoado.
Com G1 RN
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