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domingo, 10 de março de 2013

Cientistas recuam 11 mil anos para desmentir céticos das alterações climáticas


Um grupo de cientistas norteamericanos publicou um estudo na revista Science a confirmar que a subida das temperaturas no último século não teve precedentes nos últimos milênios.
A revista Science publicou o estudo que alerta o mundo para o aumento da temperatura devido à intervenção humana.
A revista Science publicou o estudo que alerta o mundo para o aumento da temperatura devido à intervenção humana.
Pela primeira vez, estes cientistas da Universidade de Oregon e de Harvard juntaram dados da época que na escala de tempo geológico tem o nome de Holoceno, com início há mais de 11 mil anos. Até agora, para além dos 118 anos de registos normalizados, havia evidências do registo de temperaturas nos últimos 1500 anos que permitiam concluir que o aumento da temperatura média no planeta no século XX não tinha paralelo nesse período, e relacionar esse aumento com a emissão de gases com efeito de estufa. Mas os céticos que recusam essa ligação - e a necessidade de tomar medidas para reduzir as emissões -  argumentavam que antes disso tinha havido uma variação semelhante de temperaturas, pelo que este seria um fenómeno natural. 
Desta vez, o estudo da equipa liderada por Shaun Marcott propõe dar-nos "uma perspetiva mais ampla ao reconstruir variações de temperatura regionais e globais nos últimos 11.300 anos a partir de 73 registos distribuidos por várias regiões", diz o resumo do relatório publicado na Science. "No início do Holoceno (de 10 mil a 5 mil anos atrás), o aquecimento é seguido por um arrefecimento médio de 0,7 graus Celsius" até ao período dos últimos 5 anos, culminando nas temperaturas médias mais baixas de há 200 anos atrás, "largamente associadas à descida média de 2ºC no Atlântico Norte".
O relatório diz que "as temperaturas atuais da ultima década ainda não bateram os recordes dos valores" registados, "mas são mais quentes do que em 75% das temperaturas em toda a época do Holoceno". E alerta que as previsões para o ano 2100 do Painel Integovernamental das Alterações Climáticas, um organismo das Nações Unidas, ultrapassam os registos dos últimos 11 mil anos em qualquer dos cenários plausíveis de emissão de gases de efeito de estufa.
"Não é normal o que estamos a viver"
"A taxa de mudança nos últimos 100 anos não tem precedentes se compararmos com o que vimos nos últimos 10 mil anos", afirmou Shaun Marcott ao Oregon Live, afirmando estar seguro de que "não é normal o que estamos a viver". Os 73 registos foram recolhidos sobretudo em núcleos de sedimentos nos oceanos, em particular no hemisfério Norte e os intervalos vão desde 20 a 500 anos. 
Os investigadores dizem que o trabalho pode ainda ser melhorado, alargando a recolha a outras zonas do planeta. O grau de incerteza que ainda permanece levou os investigadores a estimarem em 75% o número das temperaturas atuais mais elevadas que as dos últimos 11 milénios. "Procurámos dar uma estimativa mesmo conservadora da situação que analisamos", remata Marcott.

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