”O mundo torna-se cada vez mais perigoso para os refugiados e migrantes”, foi assim que a organização não-governamental Amnistia Internacional formulou no seu informe anual o maior problema internacional. No documento ressalta-se que "os mais indefesos da Terra são 12 milhões de pessoas sem cidadania, cujo número é compatível com a população das maiores cidades do mundo. Delas, 80% são mulheres". No informe diz-se que milhões de pessoas que emigraram para países estrangeiros em busca de uma vida melhor ou a fim de evitar perseguições, arrastam uma vida miserável. Têm-se em vista, em primeiro lugar, os deslocados, migrantes e refugiados que se encontram no território da União Europeia.
O secretário-geral da Amnistia Internacional Salil Shetty apontou que alguns migrantes e refugiados são lançados nas prisões, alguns deles viajam, inclusive, em contentores de transporte de cargas e em caixas metálicas. Um alvo de duras críticas foi a Grécia, onde os deslocados e imigrantes são mantidos “nas condições desumanas e humilhantes”, e a Itália, que faz as lanchas com refugiados retornar para o local de origem. De acordo com as estimativas de Salil Shetty, “milhões de deslocados e imigrantes sofrem devido à política antimigração, de tratamento cruel, incluindo o trabalho forçado e a violência sexual”. As maiores violações dos direitos dos trabalhadores deslocados e imigrantes foram registrados em Hong Kong, Jordânia, Líbano e Kuwait. Por exemplo, os empregadores da Jordânia mantêm à força as suas empregadas domésticas em casa, recusam-se a pagar-lhes salário e tirando-lhes os passaportes. Elas sofrem também violência física, psicológica e sexual.
Todavia, centenas de organizações destinam todos os anos meios colossais para apoiar os refugiados e imigrantes. Somente durante a tragédia na Síria, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, concedeu cerca de 12 milhões de dólares para os projetos humanitários destinados a apoiar os refugiados. Mas, ultimamente, a ajuda por parte desta organização foi diminuída drasticamente devido à falta de financiamento. E este exemplo de canalização de dinheiro sem nenhum resultado está longe de ser o único. Yuri Krupnov, presidente do conselho de tutela do Instituto de Demografia, Migração e Desenvolvimento Regional, prossegue no tema.
"Na realidade, os refugiados são neste plano uma categoria da população mundial que requer despesas sem fim, dado que esta gente está destituída de quaisquer direitos e vive numa situação difícil. Existe um sem-número de organizações que especulam com este problema. Mas o momento mais importante é que os refugiados e imigrantes são uma consequência do desenvolvimento mundial. É resultado do fato de a humanidade praticamente não ter a menor ideia de como garantir uma vida digna em todos os pontos do globo terrestre, incluindo nos chamados países desenvolvidos. Portanto, é esta a causa primeira da situação de refugiados e deslocados e migrantes."

Na opinião do perito, esta questão é especialmente complexa pois o “mundo enfrenta uma crise global e mesmo a população autóctone fica, por vezes, numa situação precária. Por isso, a distribuição de garantias sociais e econômicas aos imigrantes resultou ainda mais difícil”. Além disso, os mecanismos existentes de apoio aos refugiados são muito obsoletos e têm um caráter contraproducente.

Atualmente os especialistas equiparam o problema dos imigrantes e refugiados ao problema das drogas pesadas e da corrupção. O número de deslocados cresce permanentemente no mundo inteiro e eles resultam, amiúde, em “moeda de troca” nos grandes jogos políticos. Embora seja pelo menos insensato queixarmo-nos e surpreendermo-nos com as diversas pesquisas neste setor, é muito mais importante renunciar a espetáculos políticos a favor do bem-estar da gente simples.

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