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terça-feira, 25 de junho de 2013

A dominação oligárquica e o esvaziamento do campo no RN

Além da busca de soluções para problemas nacionais (serviços públicos como saúde e educação sucateados, fragilidade não representatividade de instituições 'políticas) os movimentos que se organizam pelo interior do Rio Grande do Norte para que busquem uma evolução no quadro social precisa fazer frente a problemas característicos da região. Apontamos dois:


  • Dominação oligárquica: "Os pobres estão indecisos. É em cima desse povo que você tem que atuar. Com uma feirazinha, com um enxoval, com umas coisinhas" (Conversa entre o ainda senador pelo RN José Agripino em escândalo de compra de votos para Wilma de Faria na década de 1980). Toda a estrutura do poder do estado ainda é posse de grupos oligárquicos, pelo interior as maiores cidades contam com um ou dois grupos que servem de base para as duas grandes oligarquias, Maia e Alves; passam uma boa imagem geralmente em cima de execução de obras públicas, nas inaugurações se ver de vereador a senador presente, mostrado o predomínio da troca de favores e o amesquinhamento dos municípios  dependentes dos acordos; mantém um contato carismático e fazem de serviços públicos favores, é muito comum médicos vencerem eleições distribuindo exames de forma que serviço público de má qualidade é uma boa para servir esmolas; as administrações são engessadas, com os quadros  distribuídos entre um número grande de apadrinhados.
  • Esvaziamento e incapacidade produtiva do campo - escalada da violência urbana: Após o fim do ciclo econômico do algodão, onde a elite era rural e necessitava-se da força de grande massa de trabalhadores, o campo potiguar passou por um processo de esvaziamento, motivado pelas melhores condições de vida nas cidades que se modernizavam, oportunidades de educação para os jovens, sem estrutura para comportar todo esse crescimento hoje verifica-se a escalada da violência urbana; o campo potiguar sempre fora um espaço de dominação, exploração e sofrimento para quem trabalha, mesmo na atividade do algodão quem trabalhava não tinha o meio de produção: terra, sendo obrigado a trabalhar em um sistema de "meiagem" (só tem direito a dois dias o resto e para o patrão -  Patativa do Assaré) nos latifúndios, entre as décadas de 1970 e 1980 os trabalhadores passam a adquirir a terra abandonada pelos latifundiários, mas vivem na iminência de perderem toda a atividade produtiva em virtude da falta d`água sendo questão de tempo o completo esvaziamento. Hoje o pouco que resta do campo sobrevive da pequena agricultura e pecuária, reduzida ao nada nas secas, , e da trágica produção de carvão vegetal que tem um impacto pesado na caatinga, cabe destacar também a indústria cerâmica com um impacto ambiental negativo sem precedentes. É preciso criar capacidade hídrica para  desenvolver a agricultura familiar e  se possa reorganizar o campo sem ser um espaço de miséria e sofrimento.

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