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terça-feira, 4 de junho de 2013

Pesquisadora da UFRN busca alternativa para o uso da lenha nas cerâmicas do RN - Gasoduto seria a solução

 A professora de Engenharia Florestal Rosimeire Cavalcante dos Santos, da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), idealizou um projeto científico com intuito de atender às necessidades da indústria ceramista da região do Seridó, no sertão potiguar, de forma sustentável.
Foto: AGECON-UFRN
A pesquisa é voltada para a produção da biomassa como fonte de fornecimento de energia através do manejo sustentável da lenha. Segundo Rosimeire Santos, a relevância está no fato de que na região do Seridó o setor cerâmico é o responsável pela força motriz econômica local.

A cerâmica é uma das principais atividades econômicas da Região Central do Rio Grande do Norte, no entanto, tem causado um impacto sem precedentes sobre a caatinga já que usa da lenha para fazer o aquecimento dos fornos.

A pesquisa é direcionada para a  procura de soluções reais e viáveis que venham a atender à demanda de fontes de biomassa da indústria ceramista potiguar.

Recentemente, o trabalho foi reconhecido pela Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (FAPERN) com a premiação na categoria de Jovem Mulher Cientista, que tem por objetivo reconhecer trabalhos de interesse para o desenvolvimento do RN no campo cientifico, tecnológico e cultural.

osimeire Santos ressalta que no Seridó quase já não existe mais as áreas de manejo florestal, que são áreas de reflorestamento voltado para a produção da matéria-prima. Ela lembra que a região já está sendo atinginda pelo fenômeno da desertificação causado por anos de exploração intensa e inapropriada.

Devido à escassez da matéria-prima, muitos ceramistas optam por comprar lenha de outros estados, na tentativa de evitar uma parada brusca da indústria de cerâmica, que é sustentada por uma frágil base.

A pesquisa aponta o chamado briquete, uma composição de diferentes tipos de madeira que, assim como a lenha, servem para aquecer os fornos. No entanto, o planejamento de áreas de manejo florestal sustentável na região é ainda a melhor solução para evitar um possível cenário de desaceleração da indústria ceramista.

A docente e a aluna que lideram a pesquisa afirmam que a lenha sofre pressão como matéria-prima, pois precisa acompanhar o ritmo acelerado de produção de cerâmica. Apesar de possuir pouca lenha para queimar, a indústria ceramista cresce anualmente, alavancada pelo setor da construção civil tanto no interior quanto na capital do estado.

Outro ponto questionado por Rosimeire Santos se trata da maneira ultrapassada de produção com os fornos rudimentares e técnicas antigas de fabricação. A pesquisa apresenta novos modelos de fornos industriais projetados para melhorar a qualidade, a produtividade, o desempenho e a rentabilidade da cerâmica, poluindo menos o ambiente e reaproveitando a maior quantidade possível de energia proveniente da combustão da queima da lenha, que por vezes se dissipa no ar desperdiçando parte da energia.

De acordo com a Rosimeire Santos, mesmo com todo o processo de modernização das etapas de fabricação, a mão de obra não irá desaparecer deste setor. A pesquisadora enfatiza as questões voltadas para a segurança no trabalho, mencionando a relevância de verificar continuamente aspectos ligados à saúde daqueles que trabalham diretamente com a indústria da cerâmica.

Uma solução viável e muito eficiente para esses problemas, degradação da caatinga, inclusive com grandes riscos de desertificação, e a poluição pelas chaminés, seria a construção de um gasoduto a partir do polo petrolífero de Guamaré fazendo com quê o uso do gás superasse a lenha como combustível nesta indústria.

Informações: AGECOM-UFRN

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