As instituições e o Movimentos estudantil - Blog A CRÍTICA

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domingo, 16 de fevereiro de 2014

As instituições e o Movimentos estudantil

Entre as Instituições Estudantis e o Movimento Estudantil surge uma separação; de um lado fica os que defendem que as primeiras serviriam para fomentar o segundo, do outro os que dizem que é uma forma de bloquear um movimento livre. Ano passado nos grandes protestos,  com participação massiva da juventude, muitos fizeram críticas dizendo que  as instituições desse segmento social não atraíram mais a juventude, a não ser seus próprios representantes. Esse tem sido o dilema das eleições do DCE da UFRN que estão a acontecer.

O que se pode retirar desta dualidade é que existe aqui a questão de objeto e de sujeito. A instituição seria como os partidos, marca dos totalitarismos do século passado,  que utilizaria  os estudantes como objeto e impediria sua realização como sujeito. Assim foram os totalitarismos do século XX, utilizar a rebeldia antes de chegar ao poder e depois reprimi-la, acreditando serem essas vanguardas os detentores dos segredos da história. Os anarquistas no seu histórico embate contra a instituição acreditam na realização de um movimento "autônomo", o problema é esta solução se diluir mesmo em suas autogestões, aliás, geralmente, não concentram um grande número.

David Harvey escreve sobre isso em Cidades Rebeldes no campo da revolução social, ele diz ser favorável à luta anarquista contra as instituições, mas menciona que o Estado concentra um enorme poder que acabaria engolindo os que não o assumem. O que acontece na escala de uma instituição estudantil, que é um canal formal de atuação.

Mas, e a ideia de uma autogestão; ocupar a instituição e aceitar a participação de quem quer que seja, tomar resoluções em assembleias democráticas? É uma boa solução, principalmente a ideia de decidir de forma mais aberta possível dentro da instituição e abrir o espaço para manifestação, o que não é eliminado pela via eleitoral, a não ser que haja a intenção;  se necessitaria da participação do maior número possível de sujeitos-estudantes dentro de uma entidade autogestionada e o que acaba acontecendo é que só um pequeno número participa. Por que o medo de um lado se desprender do outro?

Participar é um problema, já que até mesmo o votar ocorre de forma limitada e,  por outro lado, os grandes levantes "horizontais" acabam se dispersando.

Penso que o mais importante é acreditar na ideia de sujeito, aceitar as diversas formas de manifestação, ser culturalmente aberto e atuante, institucionalmente inquieto. O brilho e a desilusão se encontram  e se separam aqui. Lutar não só por uma Universidade, mas por uma sociedade, aos que acreditam  na modificação, encontra atualmente essas contradições em uma época onde as certezas as vezes se transformam em dúvidas.


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