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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Contribuição do degelo do Ártico para o aquecimento global é maior do que se pensava

A reflexão de luz e calor, que é chamada albedo, estará a reduzir-se devido ao desaparecimento do gelo marinho, causado pelas altas temperaturas. É um ciclo vicioso: sem o gelo, o Ártico absorve mais calor, o que, por sua vez, impede a formação de gelo no ano seguinte. Por Fabiano Ávila
De acordo com o Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade de San Diego nos Estados Unidos, a capacidade do Ártico de refletir luz e calor caiu 4% entre 1979 e 2011.
Pode parecer pouco, mas representa que a região é ainda mais importante para o aquecimento global recente do que se imaginava e também explica por que o Ártico está a apresentar uma elevação de temperaturas muito mais rápida do que outras partes do planeta.
Enquanto a média global de aquecimento desde a Revolução Industrial foi de 0,8ºC, o Ártico teria registado 2ºC de elevação apenas nos últimos 40 anos.
A reflexão de luz e calor, que é chamada albedo, estará a reduzir-se devido ao desaparecimento do gelo marinho, causado pelas altas temperaturas. É, portanto, um ciclo vicioso: sem o gelo, o Ártico absorve mais calor, o que, por sua vez, impede a formação de gelo no ano seguinte.
Degelo do Ártico entre 1979 e 2013 / Organização Meteorológica Mundial
Desde 1970, o volume mínimo anual de gelo marinho no Ártico teria caído 40%.
“É algo intuitivo: ao se trocar o branco e a reflexão do gelo pelo azul escuro da superfície do oceano, é esperado o aumento da absorção de calor. Utilizamos medições de satélites para medir o albedo e a cobertura de gelo da região para confirmar essa noção e para quantificar quanto calor está a ser absorvido devido à perda do gelo”, afirmou Kristina Pistone, uma das autoras do estudo.
Foi a primeira vez que uma investigação usou dados diretos de satélites para medir as mudanças no albedo associadas à retração do gelo marinho. Estudos anteriores baseavam-se em modelos computacionais.
“Considerando os nossos resultados, a diminuição do albedo no Ártico é bastante grande. Se calculada em relação ao globo, vemos que é comparável a um quarto da força radioativa – o efeito do aquecimento sobre o clima – resultante das emissões de CO2 durante o mesmo período. Isso sugere que a diminuição do gelo do Ártico tem sido um importante fator no aquecimento global que observámos nas últimas décadas”, explicou o climatologista Ian Eisenman, do Scripps.
“Assim, apesar de mais trabalho ser necessário, uma implicação possível dos nossos resultados é que as mudanças no gelo do Ártico têm um impacto maior do que o esperado no aquecimento global”, concluiu.
Artigo de Fabiano Ávilado Instituto CarbonoBrasil

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