Gosta-se bastante de um discurso arrasador, Rachel Sheherazade é mais uma voz assim, fatores podem ter lavado a colocá-la no centro de uma discussão esta semana sobre incitação à violência e mal-entendimento da noção de direitos humanos, mas a mídia comercial brasileira desde sempre fora um grande nicho de cegueira branca saramaguiana "ideológica".
Todo conhecedor ou estudioso dos Direitos Humanos tem como preocupação no Brasil os Programas Policiais, um estilo meio importado dos EUA de mostrar polícias em ação ao vivo, e aqui com o particular de o apresentador ser um grande resolvedor desse problema, com "discursos" grosseiros, fala de impunidade, corrupção, enfim, coisas que estão na pauta mas que são jogadas pelo lado errado, mas se tornam apreciados.
Rachel é apresentadora de um telejornal, é diferente de programa policial que se restringe a notícias de violência; há pouco tempo apareceu nos jornais do SBT o momento em que após a reportagem o apresentador tece uma opinião, é uma forma de sair da manipulação "indireta" da grande mídia comercial, todas fazem pregando a imparcialidade, e dizer aquilo que o repórter não faz de forma direta.
Do Jornal Nacional ao SBT Brasil qualquer conhecedor da sociologia sabe que o objetivo é desinformar com uma overdose de informações. O que se poderia esperar da mídia comercial em matéria de cidadania? Claro, pessoas que como dizia Paulo Freire, se apegam só ao que já existe como imutável, se apegam a isso e se alguém contrariar será engolido por palavrões.
Esse assunto não pode ficar restrito à Rachel Sheherazade, tem que partir para a demonstração da necessidade de uma "ocupação da mídia", as instituições da sociedade civil precisam se mobilizar, fazer frentes culturais, essa distância do povo é o que faz mais medo.
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