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sábado, 17 de maio de 2014

Prefeituras sem prefeito e miséria no Rio Grande do Norte

Quando fui até a cidade de Itajá, na região do Vale do Açu, uma área de terras muito férteis e produtora de frutas do Rio Grande do Norte, embora dominada pela transnacional sediada em paraíso fiscal Del Monte, vi diante de meus olhos uma realidade social demonstrando o "tipo" de domínio imundo da debilidade política. Após uma bela praça no Centro com Flores, ruas inteiras de casas de taipa.



Itajá é um município pequeno, menos de 7 mil habitantes, mas demonstra perfeitamente a forma pela qual as oligarquias que dominam o Rio Grande do Norte se utilizam da miséria para permanecerem no poder, e não é que precisem das casas de taipa, isso eles podem arrumar uma emenda e fazer uma inauguração, apesar que se assim ocorrer em pouco tempo estarão rachadas, senão não será criada um infraestrutura urbana adequada.


Nas maiores não existe a liberdade da cidade, do local que o homem escolhera para viver e decidir a política, um ambiente de medo, desordenação e a-culturalismo. Conservam um Centro, alguns prédios oitocentistas, mas o entorno das cidades de crescimento recente é desorganizado, a violência prolifera, o analfabetismo é profundo.

Um oligarca se autoproclama candidato e chama isso de "Projeto Político", se as pessoas respaldam isso, vemos um erro, órgãos cidadãos como conselhos comunitários no geral são frágeis, isso é importante porque sem povo não há evolução.

Mas se tivéssemos prefeituras com prefeitos era possível inovar no ensino, na cultura, na cidadania, na organização da cidade e no meio ambiente (cidades pequenos com rios de esgoto). Um "prefeito" com a mentalidade oligarca fica apenas no limite do existente e da esmola. Proliferam os cultos evangélicos mais propícios para desespero imediato. A noticia policial sempre em primeiro lugar.

"O direito à cidade é muito mais que a liberdade individual de ter acesso aos recursos urbanos: é um direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade. Além disso, é um direito coletivo, e não individual, já que essa transformação depende do exercício de um poder coletivo para remodelar os processos de urbanização. A liberdade de fazer e refazer as nossas cidades, e a nós mesmos, é, a meu ver, um dos nossos direitos humanos mais preciosos e ao mesmo tempo mais negligenciados." (David Harvey)

Transformar a cidade e a nós mesmos, mas como fazer isso, se eles, os oligarcas, estão lá se organizando com toda a força para atropelarem a disputa por cargos públicos? Abandonar  tudo é que não se pode fazer, temos diante de nós um estado e um país inteiro para transformar de verdade. A cidade que aí existe denuncia toda a fraqueza, a " a música", os comportamentos dizem muito, falta liberdade nessas cidades.


*Prefeitura sem Prefeito é um poema de Patativa do Assaré.

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