Em Serra Talhada no século XIX um beato mata todos os seus seguidores para assim purificar o mundo para a volta de Dom Sebastião, o rei português morto séculos antes no norte da África. Esses desespero místicos-religiosos se espalhavam pelos sertões brasileiros e ainda acontecem em medida reduzida, esse tipo de religiosidade precisa se alimentar de desespero criando o fanatismo.
Por que o Brasil tem líderes evangélicos tão poderosos, um mercado de milagres, uma religiosidade também desesperada, procurando se intrometer em todas as discussões políticas da sociedade? O tradicionalismo está por aí quando os filósofos já discutem os perigos da razão. Se a razão é perigosa imaginemos o fanatismo religioso.
Mata a vida política republicana, torna a sociedade repleta de tabus e preconceitos políticos. Um sociedade cheia de medos e dramas.
Vi mencionarem-se um projeto de lei instituindo a obrigatoriedade da presença de bíblias em todas as bibliotecas do país, o ato de ser obrigatório é uma depravação; bibliotecas precisam ter livros seja lá do que for, não um em obrigação. Parece um medo de concorrência ou uma instrução fundamentalística?
Nesses tempos no Brasil a bíblia tende a ser colocada como a constituição do país, abrindo portas para interpretações até do sistema econômico, interpretações intencionais e encontradas somente por quem tem o interesse de encontrá-las.
Temos Constiuições modernas para se buscar uma sociedade mais racional; hoje avançamos, coo falei acima, nos perigos do racionalismo buscando uma reforma no pensamento (Edgar Morin) para que construamos uma mentalidade planetária.
A bíblia, o Corão, a Torá etc, precisam respeitar a laicidade do Estado e da política para poderem ser respeitadas, se não respeitam, seus representantes sem representação nenhuma, as vozes democráticas precisam resistir.
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