Com intervenção do Papa Francisco Cuba e EUA restabelecem relações diplomáticas

                                                             Foto: Flickr.com/Romtomtom/cc-by -

Havana, foto de arquivo

Cuba e os Estados Unidos restabeleceram hoje suas relações bilaterais suspensas completamente desde o ano de 1961, quando a embaixada americana em Havana fora fechada. O anúncio foi feito nesta terça-feira depois de anunciada a libertação de prisioneiro americano Alan Gross por um pedido humanitária de Washington. Em troca, o governo do presidente Barack Obama libertou três cubanos do grupo chamado "Los Cinco" que estavam cumprindo penas nos EUA.

Obama fez uma declaração da Casa Branca em que anunciou a retomada imediata das relações com Cuba e os contornos da nova política. "Nem os cubanos nem os americanos se beneficiaram da rígida política atual entre Cuba e os EUA". O presidente de Cuba, Raúl Castro, também ofereceu um discurso no qual afirmou que, em uma conversa telefônica com Obama  "concordaram que o restabelecimento das relações diplomáticas não significa que a principal coisa esteja resolvido. Ou seja, o bloqueio econômico".

O New York Times informou que Havana e Washington mantiveram negociações secretas no Canadá nos últimos 18 meses, incentivadas pelo Papa Francisco. O diálogo culminou com uma reunião no Vaticano. O Papa Francisco anunciou que estava "profundamente satisfeito" com a decisão histórica".

Ainda com relação ao embargo o porta-voz da Administração norte-americana afirmou que os EUA se propõem atenuar o embargo e restabelecer as relações normais com Cuba,

“O presidente irá divulgar as mudanças ocorridas na política em relação a Cuba”, disse numa aparente alusão à “normalização das relações”.

“Primeiro, vamos entabular conversações visando o restabelecimento das relações diplomáticas”, adiantou. Neste contexto, a embaixada dos EUA em Havana, encerrada em 1961, poderá vir a ser reaberta.

Além disso, os EUA tencionam iniciar contatos ao mais alto nível em outras áreas – no combate ao vírus ebola, ao narcotráfico e à imigração ilegal.

A Casa Branca irá apoiar, por via diplomática, “a sociedade civil e promover os direitos humanos”, assinalou a fonte.