Texto de Randolfe Rodrigues sobre PEC de Alvaro Dias
deve ser lido quarta-feira na Comissão de Constituição e
Justiça, com rejeição de emendas consideradas atenuantes.
Jornal do Senado
O relatório do senador Randolfe Rodrigues (RedeAP) à proposta de emenda à Constituição que extingue o foro especial deve ser lido quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De autoria de Alvaro Dias (PVPR), a PEC 10/2013 revoga foro especial em casos de crimes comuns para políticos, ministros, desembargadores, juízes, procuradores, promotores e comandantes militares.
O relatório estima que o
Brasil tem 34 mil autoridades
com privilégio de foro, nos
três Poderes e no Ministério
Público (veja quadro). Caso
seja aprovada a proposta,
processos judiciais comuns
de todas as autoridades começarão
na primeira instância
e prisões podem acontecer a
partir de condenação na segunda
instância. As Casas do
Congresso perderiam o poder
de deliberar sobre a manuten-
ção ou não da prisão de seus
membros. O presidente da
República, em caso de crime
comum, seria afastado a partir
do recebimento da denúncia
pelo juiz de primeiro grau. A
PEC não modifica a situação
dos crimes de responsabilidade
(aqueles que levam ao
impeachment de autoridades).
A PEC 10 já estava pronta
para votação no Plenário, mas
voltou para a CCJ após decisão
de que ela tramitasse em conjunto
com a PEC 18/2014, de
Acir Gurgacz (PDT-RO), que
propõe o fim do foro especial
apenas nos casos de crimes
hediondos (como homicídio,
latrocínio, extorsão qualificada
e estupro), crimes contra a
administração pública (como
corrupção passiva, peculato
e prevaricação) e lavagem
de dinheiro. Para Randolfe,
essa proposta “não atende
os anseios da população”. Ele
sugere a rejeição da PEC 18.
Das 11 emendas apresentadas
à PEC 10, Randolfe acatou
apenas 4, sendo 2 de redação.
Uma terceira, de Alvaro Dias,
inclui juízes estaduais, procuradores
e promotores de
justiça entre as autoridades
afetadas pelo fim do foro. A
última, de Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), proíbe a recriação
do foro especial.
Uma emenda foi retirada
pelo autor antes de qualquer
análise e as outras seis
foram rejeitadas por serem
consideradas atenuantes da
intenção do projeto. Roberto
Rocha (PSB-MA) previa a
criação de varas especializadas
para autoridades. Romero
Jucá (PMDB-RR) e Fernando
Bezerra Coelho (PSB-PE)
mantinham a competência de
aceitação das denúncias nas
instâncias superiores. Outra
emenda de Jucá estabelecia
que os presidentes de cada
um dos três Poderes continuariam
a ser julgados pelo STF.
O senador licenciado Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP)
preservaria nas instâncias
superiores os processos já em
andamento. E Airton Sandoval
(PMDB-SP) definia o foro da
residência da autoridade como
responsável pelo processo.
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