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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Dados mostram interação entre universidades públicas e empresas

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Sustentação do desenvolvimento
As universidades públicas brasileiras cumprem com excelência as missões de prover educação superior de qualidade e promover pesquisas que contribuem para o avanço do conhecimento e o desenvolvimento do país.
Além da má vontade conjuntural do atual Governo Federal com a educação, contudo, elas enfrentam também um desafio estrutural, precisando aumentar o impacto científico, econômico e social de sua produção acadêmica. Mas os resultados atuais parecem ser melhores do que comumente se apregoa.
"É na universidade que está o estoque de conhecimento para ajudar a sociedade a prosperar, gerar novas empresas e empregos ou descobrir a cura de doenças, por exemplo," disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "É errado querer tornar a universidade um apêndice de governos ou de empresas. Ela pode e já contribui com esses setores, fazendo pesquisa básica e aplicada e, além disso, e talvez mais que isso, formando as pessoas que ajudam o país a funcionar melhor e a se desenvolver. Essa é a maior contribuição da universidade à sociedade brasileira."
Concentrando sua análise nas seis universidades públicas paulistas - as universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp), Estadual de Campinas (Unicamp) e as federais de São Paulo (Unifesp), de São Carlos (UFSCar) e do ABC (UFABC) - Marco Antônio Zago, presidente da FAPESP, listou os mais de 20 mil estudantes que se graduam e os mais de 7,3 mil pós-graduandos por ano.
"Esses jovens sustentam, há décadas, o desenvolvimento social, a atividade profissional moderna e competitiva e a liderança econômica de São Paulo e também se espalham para o restante do país", disse. "Além disso, as universidades formam lideranças políticas, literatos, artistas, jornalistas, empresários de destaque nacional, políticos e arquitetos que moldam nossas cidades," afirmou Zago.
No campo da pesquisa, Brito Cruz apresentou dados preliminares de um estudo menos regionalizado, que acompanha a carreira de pesquisa em empresas de quase 2 mil cientistas que atuam hoje no setor privado. Segundo o levantamento, dois terços desses pesquisadores foram formados em oito universidades públicas: USP, Unesp, Unicamp, UFSCar, Unifesp, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e as federais do Paraná (UFPR) e de Uberlândia (UFU).
"Isso corrobora a constatação de que treinar e educar pessoas são atividades fundamentais das universidades públicas. Quando uma empresa no Brasil precisa de alguém para fazer pesquisa procura alguém que estudou em algumas dessas universidades públicas porque sabe que eles serão capazes de solucionar problemas que a empresa enfrenta no dia a dia," avaliou Brito Cruz.
Interação Universidade-Empresa
Além de contribuir para formar os quadros de pesquisadores de companhias estabelecidas no país, as universidades de pesquisa brasileiras também contribuem para a criação de novas empresas, apontou Brito Cruz.
A Unicamp, por exemplo, contabiliza 815 "empresas-filhas" - criadas por estudantes ou pesquisadores egressos da universidade. Esse conjunto de empresas tem faturamento anual de R$ 7,9 bilhões - equivalente a quase quatro vezes o orçamento anual da Unicamp. Os dados são do último levantamento divulgado pela agência de inovação da instituição, a Inova Unicamp.
"Com muito menos recursos, a Unicamp, que é a universidade que mais deposita pedidos de patentes no Brasil, tem criado mais empresas que o MIT [Massachusetts Institute of Technology]," contou Marcelo Knobel, reitor da universidade.
Um levantamento feito na base de dados Web of Science indica que o número de artigos científicos de pesquisadores de universidades brasileiras em coautoria com pesquisadores de empresas tem aumentado 14% ao ano desde 1980.
O ponto fraco, destacou Brito, é que a parceria ainda se concentra em apenas 10 universidades: USP, Unesp, Unicamp, Unifesp, UFRJ, UFPR e as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Minas Gerais (UFMG), de Viçosa (UFV) e de Santa Catarina (UFSC) contribuem com 72% desses artigos em coautoria.

Agência Fapesp

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